São Paulo, domingo, 13 de outubro de 2002

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Subprefeita alega que não houve tempo

DA REPORTAGEM LOCAL

Tanto as empresas de manobristas como a prefeitura reconhecem a necessidade de regulamentar essa atividade em São Paulo. Mas quase nada foi feito até hoje, apesar de mais de 200 valets terem sido criados na capital paulista nos últimos dez anos.
A subprefeita de Pinheiros, Bia Pardi, que atua na região que mais concentra essas empresas, diz que que a prefeitura não se mobilizou por "falta de tempo". "A gente tem de estudar [esse tema". Houve absoluta falta de tempo."
Um dos problemas para a tomada de decisões é a indefinição sobre qual órgão ou secretaria deveria liderar a regulamentação dos serviços de manobristas.
O Tribunal de Contas do Município questionou a Secretaria das Subprefeituras sobre esse fato, que repassou parte da responsabilidade para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que, por sua vez, voltou a repassá-la para aquela pasta.
Já a subprefeita de Pinheiros avalia que a coordenação deveria ser da Secretaria dos Transportes, que informa não tratar do tema.
A gestão Marta Suplicy chegou a criar uma comissão intersecretarial nos últimos meses para estudar os estacionamentos. A Secretaria dos Transportes afirma que a modalidade dos valets não será analisada. Outras pastas, segundo a Folha apurou, acham que sim.
A Secretaria das Subprefeituras, indicada pelo TCM para impedir a manutenção das irregularidades, informou, por meio de assessoria, que tomará as atitudes de sua responsabilidade para cumprir a determinação. A secretaria diz, porém, que cabe às subprefeituras só evitar a ocupação da calçada e retirar os cones e cavaletes colocados nas vias públicas.
O gerente de operações da CET na região central, Sebastião Muniz, diz que, a partir do posicionamento do TCM, a empresa vai sugerir a criação de uma comissão intersecretarial para definir as regras de atuação dos valets.

Qualidade
O diretor jurídico da Associação das Empresas de Valet, Syrius Lotti Júnior, disse que será lançado um selo de qualidade no final deste mês para que os motoristas identifiquem os serviços idôneos. A entidade avalia que a decisão do TCM não deverá ser negativa, porque vai pressionar a prefeitura a regulamentar a atividade.
Lotti Júnior afirma que as empresas de valet prestam um serviço importante para a sociedade, já que há carência de estacionamento perto de bares e restaurantes e, pela falta de segurança, é arriscado para os motoristas estacionar nas ruas e ter de andar a pé.
"É um mal necessário. Os valets complementam uma infra-estrutura que os estabelecimentos não têm", afirma Sérgio Morad, presidente do Sindepark - sindicato que representa os estacionamentos fechados de São Paulo. (AI)


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