São Paulo, domingo, 13 de outubro de 2002

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"Tenho orgulho de ter atuado no Dops"

DA REPORTAGEM LOCAL

"Era da inteligência, mas nunca torturei ninguém", avisa o delegado Massilon José Bernardes Filho, 53, diretor do Dipol, enquanto a Folha começa a analisar suas quatro páginas de currículo pessoal.
O policial, que ingressou na corporação em 69 e foi trabalhar direto no temido Dops (Departamento de Ordem Política e Social), não esconde em seu histórico ter passado ainda pelo SNI (Serviço Nacional de Informações), onde foi instrutor, e pela Polícia Federal, de 83 a 86.
""Fiz um concurso para investigador e fui mandado para o Dops. Tenho orgulho de ter trabalhado lá", diz o policial, que em 76 se tornou delegado, aprovado em primeiro lugar em concurso.
Bernardes Filho, antes de ser escolhido para o Dipol, passou pela inteligência do Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos) e fez parte do grupo de planejamento estratégico da Polícia Civil.
A frase que melhor sintetiza seu modo de trabalho tem relação com segurança interna: ""Procuro me cercar até fisicamente de quem está testado e aprovado".
Faz questão de mostrar que o Dipol está preocupado com a seleção de seus policiais e com as regras que eles irão seguir. "Inteligência é uma investigação mais sofisticada", afirma.
E mesmo fora da delegacia, pensa em inteligência. Está lendo "O Alfaiate do Panamá", de John Le Carré, que conta a história de um agente secreto com falhas de caráter que usa as técnicas apreendidas para manipular o sistema.


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