São Paulo, terça, 13 de outubro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VIOLÊNCIA
Corpo foi encontrado apenas vestindo camiseta e com marcas de violência, em Rio Grande da Serra, Grande SP
Estudante de 9 anos é estuprada e morta

MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

Uma estudante de 9 anos foi espancada, estuprada e morta com golpes de um objeto cortante não identificado em Rio Grande da Serra (Grande São Paulo).
O corpo de Chrisleyde Gomes da Silva, que tinha diversas marcas de violência, foi encontrado em um trecho de mata atlântica perto de sua casa por volta das 10h de ontem pelo estudante Danilo Henrique Dias Pinto, 17, irmão do padrasto da vítima, o motorista Luciano Rogério Pinto, 25.
Eles começaram a procurá-la anteontem. Chrisleyde havia sido vista pela última vez, às 17h30 de domingo, pela irmã mais velha, Chrislaine, 11.
Chrisleyde saiu dizendo que ia brincar em frente à sua casa, na rua Araraquara, no Parque América, bairro da periferia de Rio Grande da Serra. À noite, a mãe de Chrisleyde, Claudia Maria Gomes, chegou e não encontrou a filha. Após procurar a menina na casa de colegas de escola e parentes, ela foi até a delegacia da cidade e comunicou o desaparecimento.
"Hoje (ontem) de manhã amigos me convenceram a dar uma busca na mata perto de casa. Nos dividimos em dois grupos. Eu e meu irmão encontramos duas trilhas com marcas recentes de pegadas, e o Danilo acabou encontrando o corpo", disse o padrasto.
Ex-funcionário da Defesa Civil de Ribeirão Pires, Luciano isolou o local onde estava o corpo e mandou chamar a polícia. "Impedi que a mãe dela visse o corpo, que estava muito machucado", disse.
A mãe de Chrisleyde teve de ser levada até um pronto-socorro, onde foi medicada com calmantes.
Segundo apurado, o corpo de Chrisleyde estava com diversos hematomas e uma perfuração no pescoço, que peritos que estiveram no local acreditam ter sido provocada por um objeto de madeira, provavelmente uma estaca.
O corpo da menina estava apenas com a camiseta que ela vestia quando saiu de casa. Havia sinais de violência sexual e a polícia requisitou ao IML (Instituto Médico Legal) de Santo André exame para confirmar se houve estupro.
A delegada Fernanda dos Santos Ueda, que atendia simultaneamente os plantões policiais de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, não confirmou se a polícia já tinha um suspeito para o crime.
O padrasto de Chrisleyde disse que não lembrava de nenhum homicídio, na parte do bairro onde morava, nos últimos 14 anos. Segundo afirmou, o último crime sexual no bairro ocorreu em outra área do bairro há mais de um ano.
Segundo policiais de Rio Grande da Serra, o autor desse último estupro teria sido morto, mas a delegada não elimina a hipótese de o caso ser ligado a outros crimes sexuais registrados na cidade.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.