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Secretário vê país em "legítima defesa"
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao assumir o cargo de secretário nacional de Segurança Pública, o delegado da Polícia Federal
Luiz Fernando Corrêa disse que o
crime organizado impôs "estado
de legítima defesa" à sociedade.
"A capacidade de fogo e mobilidade da criminalidade, por minimamente que seja organizada,
tem colocado a sociedade em permanente estado de, entendo, legítima defesa", disse o secretário
ontem, em seu discurso de posse.
Para Corrêa, que substitui o antropólogo Luiz Eduardo Soares,
as forças policiais precisam, hoje,
"garantir o direito de ir e vir", e o
caminho seria a integração prevista no Susp (Sistema Único de
Segurança Pública). "Hoje entendemos que o Estado só dará respostas com ações coordenadas
entre as secretarias de Segurança
Pública dos diferentes Estados."
Delegado da PF, apoiado pelo
PT e pela federação de policiais federais, Corrêa atuou, nos três últimos anos, nas forças-tarefa criadas para investigar o crime organizado no Espírito Santo, a grilagem de terras no Distrito Federal
e o narcotráfico no Rio de Janeiro.
Com a saída de Soares, em outubro, o ministro Márcio Thomaz
Bastos escolheu um nome de perfil mais "operacional". Em entrevistas recentes, disse que o "arsenal de idéias" deixado por Soares
precisa ser posto em prática.
Na definição de Bastos, Corrêa é
o homem certo porque é "competente", "brilhante", "operacional"
e "não tem ilusões" -as "ilusões", no caso, seriam medidas
únicas ou planos para resolver a
violência instantaneamente.
Bastos voltou a dizer que há
uma "crise institucional" no Brasil, que seria resolvida com a reforma do Judiciário, do sistema
prisional e das polícias. Para esta
última, a principal arma é o Susp,
cuja adesão formal dos Estados
foi obtida por Soares e deverá ser,
agora, implementada por Corrêa.
A partida será na próxima terça,
quando ele se reúne com os secretários de Segurança de Rio, São
Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais. A idéia é criar um gabinete de
gestão integrada, que centralizará
e repassará informações sobre atividades criminosas.
Verba
A União deve acelerar a liberação de verba para Estados que já
apresentaram projetos ligados ao
Susp, seguindo orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
após reunião, ontem, com os ministros Márcio Thomaz Bastos
(Justiça), José Dirceu (Casa Civil),
Antonio Palocci (Fazenda), Guido Mantega (Planejamento), José
Viegas (Defesa) e Jorge Armando
Felix (Segurança Institucional).
Anteontem, dois governadores
tucanos (o paulista Geraldo Alckmin e o mineiro Aécio Neves) criticaram a lentidão no processo.
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