|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Policiais criaram selo
para propina em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Policiais civis do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, criaram um tipo de "selo da propina"
para diferenciar nas ruas as máquinas caça-níqueis de donos que
pagaram proteção dos demais
que estão sujeitos a apreensões.
Os detalhes do esquema de corrupção constam de duas denúncias feitas pelo Gaerco (Grupo de
Atuação Especial de Repressão ao
Crime Organizado) de São José
dos Campos (91 Km de SP), no último dia 3, contra 11 policiais civis, entre eles dois delegados.
"Pagando aos policiais uma
pré-determinada "taxa de inscrição", em torno de R$ 350, o mesmo ganha um "selo" dos policiais,
que deve ser aposto na máquina
de jogo de azar, identificando-a
como "liberada a funcionar" por
certo período de tempo, no esquema organizacional da empresa criminosa", segundo a denúncia, assinada por 13 promotores.
Quem não paga pode perder a
máquina em uma blitz.
Os delegados Antonio Agnaldo
Fracarolli, assistente da Delegacia
Seccional de São José dos Campos, e Sérgio Luís Almeida Lisboa,
do 5º DP da cidade, mais cinco
policiais civis, foram denunciados
sob acusação de formação de quadrilha, entre outros crimes relacionados na denúncia que ainda
não foi aceita pela Justiça.
Em Taubaté (130 km da capital),
mais quatro policiais civis foram
acusados formalmente de dar cobertura a donos de máquinas caça-níqueis, entre eles dois investigadores da DIG (Delegacia de Investigações Gerais). "As ligações
entre os policiais consiste na
constante troca de favores e informações, por vezes sigilosas",
consta do texto da denúncia.
Os policiais teriam vazado informes sobre operações para
apreender caça-níqueis.
O Gaerco chegou ao grupo após
quase um ano de investigação, a
partir de grampos telefônicos autorizados pela Justiça estadual.
Ontem, a Folha não conseguiu
falar com o delegado Fracarolli,
que não respondeu ao recado deixado em seu celular. O outro delegado, Lisboa, que não foi encontrado, disse anteontem ao jornal
Vale Paraibano não ter ligação
com o caso.
(ALESSANDRO SILVA)
Texto Anterior: Secretário vê país em "legítima defesa" Próximo Texto: Violência: Menor já era suspeito havia uma semana Índice
|