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São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2003

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Policiais criaram selo para propina em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Policiais civis do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, criaram um tipo de "selo da propina" para diferenciar nas ruas as máquinas caça-níqueis de donos que pagaram proteção dos demais que estão sujeitos a apreensões.
Os detalhes do esquema de corrupção constam de duas denúncias feitas pelo Gaerco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de São José dos Campos (91 Km de SP), no último dia 3, contra 11 policiais civis, entre eles dois delegados.
"Pagando aos policiais uma pré-determinada "taxa de inscrição", em torno de R$ 350, o mesmo ganha um "selo" dos policiais, que deve ser aposto na máquina de jogo de azar, identificando-a como "liberada a funcionar" por certo período de tempo, no esquema organizacional da empresa criminosa", segundo a denúncia, assinada por 13 promotores.
Quem não paga pode perder a máquina em uma blitz.
Os delegados Antonio Agnaldo Fracarolli, assistente da Delegacia Seccional de São José dos Campos, e Sérgio Luís Almeida Lisboa, do 5º DP da cidade, mais cinco policiais civis, foram denunciados sob acusação de formação de quadrilha, entre outros crimes relacionados na denúncia que ainda não foi aceita pela Justiça.
Em Taubaté (130 km da capital), mais quatro policiais civis foram acusados formalmente de dar cobertura a donos de máquinas caça-níqueis, entre eles dois investigadores da DIG (Delegacia de Investigações Gerais). "As ligações entre os policiais consiste na constante troca de favores e informações, por vezes sigilosas", consta do texto da denúncia.
Os policiais teriam vazado informes sobre operações para apreender caça-níqueis.
O Gaerco chegou ao grupo após quase um ano de investigação, a partir de grampos telefônicos autorizados pela Justiça estadual.
Ontem, a Folha não conseguiu falar com o delegado Fracarolli, que não respondeu ao recado deixado em seu celular. O outro delegado, Lisboa, que não foi encontrado, disse anteontem ao jornal Vale Paraibano não ter ligação com o caso. (ALESSANDRO SILVA)


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