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VIOLÊNCIA
Desde terça, quando Liana Friedenbach ainda estava viva, rapaz era investigado; mais dois envolvidos em crime foram presos
Menor já era suspeito havia uma semana
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
A polícia já suspeitava havia pelo menos uma semana que o jovem de 16 anos preso por envolvimento no assassinato do casal de
estudantes do colégio São Luís tivesse ligação com o caso.
O delegado seccional de Taboão
da Serra (Grande SP), Sílvio Balangio, disse anteontem que o nome de R.A.A.C. já era estudado
desde o início do desaparecimento dos namorados Liana Friedenbach, 16, e Felipe Silva Caffé, 19.
"A partir do momento em que o
pai encontrou a barraca e alertou
a polícia, nós já começamos a
aventar as hipóteses de quem teria praticado, o grupo, quem milita na região. E inclusive o nome
desse menor [R.A.A.C., o Xampinha] já era a suspeita."
Questionado sobre a demora da
polícia em prender o rapaz, o delegado respondeu que tinha sido
mal interpretado. "Ele [Xampinha] passou a ser [suspeito]. Só
que ele se escondeu o tempo todo.
O relato dele é que ele só saía da
casa dessa pessoa que está detida
[Aguinaldo Pires] à noite, e durante o dia ele ficava no quarto."
Ontem, um irmão de Felipe e
seu melhor amigo também disseram ter sido informados pela polícia na terça retrasada -quando
Liana ainda estava viva- de que
o menor era procurado.
Apesar disso, a mãe de Xampinha disse ontem que seu filho
apareceu em sua casa, no vilarejo
de Santa Rita, na quarta-feira retrasada, horas após, segundo o
próprio menor, Liana ter sido assassinada. "Não parecia que tinha
acontecido nada", disse a mãe.
Ontem, a polícia anunciou o envolvimento de mais dois homens
na morte dos estudantes. Um deles, Antonio Matias de Barros, 48,
guardava a espingarda de caça
usada para matar Felipe.
O outro suspeito, identificado
como Antonio, seria caseiro do
local que serviu como cativeiro
para Liana. Ele morava em uma
casa perto do cativeiro. Segundo
policiais, foi ele o homem que
contou em bares da região que
Liana estava com o menor.
Os dois homens foram detidos
na manhã de ontem. Barros já teve a prisão temporária decretada.
Com eles, sobe para cinco o número de envolvidos. A polícia
identificou os dois a partir das declarações do menor e de Aguinaldo Pires, preso anteontem.
O menor, preso na segunda-feira, confessou o crime e mostrou à
polícia o lugar onde estavam os
corpos. O pintor Paulo Cesar da
Silva Marques, conhecido como
Pernambuco, ainda está sendo
procurado pela polícia.
A arma utilizada no assassinato,
apreendida na casa de Barros, é
uma espingarda usada para caça.
A arma, que ainda será enviada à
perícia, estava ontem nas mãos do
delegado, durante uma apresentação à imprensa.
Com base nas versões de R. e de
Pires, a polícia formulou uma versão. Segundo o delegado seccional de Taboão, Xampinha e Pernambuco teriam visto o casal no
sábado, por volta das 11h. Decidiram chamar Pires e assaltar os jovens. Por volta das 18h, o trio teria
abordado Felipe e Liana na barraca em que estavam, em um sítio
na região de Embu-Guaçu.
Pelos depoimentos, eles não encontraram dinheiro com o casal e,
por isso, decidiram esperar até
domingo para decidir o que fazer.
Segundo a polícia, Felipe foi morto no domingo: Pernambuco teria
dado um tiro em sua nuca enquanto o grupo caminhava em
uma trilha. Liana não teria visto a
cena, mas ouviu o barulho do tiro.
Os acusados disseram que permaneceram com Liana para pedir
um resgate. O grupo teria levado a
estudante à casa de Antonio, onde
foi mantida em cativeiro. Segundo Xampinha, ela tremia, chorava
muito e perguntava pelo namorado. Segundo o delegado, a proximidade da polícia assustou o grupo e fez com que eles resolvessem
matar a jovem.
Na versão da polícia, Pernambuco deu o primeiro golpe, com
uma faca de cozinha, no pescoço.
Xampinha desferiu então as outras 14 facadas. Depois, a faca teria
sido jogada na mata.
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