São Paulo, terça-feira, 14 de janeiro de 2003

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Pais elogiam experiência

DA REPORTAGEM LOCAL

Pais que tinham filhos estudando na escola da Apae-SP lamentam o fim da iniciativa, elogiam a escola e dizem que seus filhos ganharam com a experiência.
"Minha filha não tem problema nenhum e adorava estudar lá. Estava ganhando muito, aprendendo a lidar com as diferenças", afirma o comerciário Riberto da Rocha Scardova, 34, pai de Thaís, 6.
Ele conta que chegou à escola por causa de dificuldades financeiras. "Nunca vi uma escola igual. Não vou encontrar essa qualidade na Emei [Escola Municipal de Educação Infantil". Era qualidade de escola particular sem nenhum gasto."
Gilvanete Patrício Costa, 55, mãe de Gabriel, 7, conta que levar o filho à escola era uma batalha. Como mora na zona leste, saía de casa às 6h para estar às 8h na escola, após pegar lotação, metrô e ônibus. "Valia a pena", diz ela.
Gabriel é uma das crianças portadoras de deficiência. "Meu filho estava sendo aceito e respeitado. Nossas crianças estavam sendo incluídas na sociedade", afirma.
A dez quadras da escola, em um beco da favela do Piolho (zona sul), Edjane Marsionila dos Santos, 32, faxineira desempregada, seis filhos, diz que tem duas meninas, uma de cinco e outra de seis anos, fora da escola. "Sou sozinha, preciso trabalhar e não achei vaga para elas." No mesmo beco, Ana Paula da Silva, 27, mãe de André, 4, diz que procurou vaga em creches municipais e não encontrou.
Elas não conheciam a escola. "Não tem aluno porque ninguém perguntou para a gente", disse Ana. "Por que ninguém quer estudar lá? São seres humanos como meus filhos", afirmou Edjane.
A Apae-SP admite que a divulgação foi pequena e afirma que avaliará eventuais erros cometidos. Segundo a Secretaria Municipal da Educação, o fato de haver crianças fora da escola se deve à desinformação dos pais. O órgão promete apurar a questão.


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