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Pais elogiam experiência
DA REPORTAGEM LOCAL
Pais que tinham filhos estudando na escola da Apae-SP lamentam o fim da iniciativa, elogiam a
escola e dizem que seus filhos ganharam com a experiência.
"Minha filha não tem problema
nenhum e adorava estudar lá. Estava ganhando muito, aprendendo a lidar com as diferenças", afirma o comerciário Riberto da Rocha Scardova, 34, pai de Thaís, 6.
Ele conta que chegou à escola
por causa de dificuldades financeiras. "Nunca vi uma escola
igual. Não vou encontrar essa
qualidade na Emei [Escola Municipal de Educação Infantil". Era
qualidade de escola particular
sem nenhum gasto."
Gilvanete Patrício Costa, 55,
mãe de Gabriel, 7, conta que levar
o filho à escola era uma batalha.
Como mora na zona leste, saía de
casa às 6h para estar às 8h na escola, após pegar lotação, metrô e
ônibus. "Valia a pena", diz ela.
Gabriel é uma das crianças portadoras de deficiência. "Meu filho
estava sendo aceito e respeitado.
Nossas crianças estavam sendo
incluídas na sociedade", afirma.
A dez quadras da escola, em um
beco da favela do Piolho (zona
sul), Edjane Marsionila dos Santos, 32, faxineira desempregada,
seis filhos, diz que tem duas meninas, uma de cinco e outra de seis
anos, fora da escola. "Sou sozinha,
preciso trabalhar e não achei vaga
para elas." No mesmo beco, Ana
Paula da Silva, 27, mãe de André,
4, diz que procurou vaga em creches municipais e não encontrou.
Elas não conheciam a escola.
"Não tem aluno porque ninguém
perguntou para a gente", disse
Ana. "Por que ninguém quer estudar lá? São seres humanos como meus filhos", afirmou Edjane.
A Apae-SP admite que a divulgação foi pequena e afirma que
avaliará eventuais erros cometidos. Segundo a Secretaria Municipal da Educação, o fato de haver
crianças fora da escola se deve à
desinformação dos pais. O órgão
promete apurar a questão.
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