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São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2003

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FEBEM

Agentes paralisam, e internos fazem tumulto em unidade de Franco da Rocha
Os 51 agentes de segurança da unidade 30 da Febem de Franco da Rocha (Grande São Paulo) que entrariam no turno da manhã de ontem não trabalharam. O motivo alegado pelos profissionais foi o medo de serem mortos pelos menores.
De acordo com os trabalhadores, a maioria dos 260 internos estava com facas e porretes de fabricação caseira. "Qualquer pessoa que entrar corre o risco de ser morta ou de se tornar refém", disse o presidente do sindicato dos trabalhadores da Febem, Antônio Gilberto da Silva.
Devido à recusa dos agentes em vigiar os adolescentes, cerca de 50 menores subiram no muro da unidade. PMs que faziam a vigia nas guaritas tiveram de atirar com balas de borracha para dispersar os jovens. Os demais internos ficaram trancados em suas alas. Isso porque as chaves dos cadeados estavam com os agentes.
Para voltar ao trabalho, os funcionários exigiam que a tropa de choque revistasse os menores. A reivindicação não foi atendida.
Até a conclusão desta edição, os agentes não tinham voltado ao trabalho, mas o tumulto foi contido no início da tarde.
De acordo com o diretor-geral do Complexo Franco da Rocha, José Thomaz dos Reis, a paralisação teve como objetivo tumultuar sua gestão. "Estamos respeitando os menores e isso irrita alguns funcionários. Também acabamos com o esquema de agentes que ganhavam até R$ 8.000 por mês de hora extra proporcionada pelas rebeliões."
Já o presidente do sindicato disse que os funcionários voltarão ao trabalho só após terem certeza de que as supostas armas foram encontradas.
Um grupo de menores foi visto preparando um cigarro que, à distância, se pareceria com maconha. Eles estavam no pátio da unidade 30. Reis disse desconhecer o uso de droga ali.
O jovem Fábio Paulino, 19, o Batoré, tido como o mais perigoso interno da Febem, foi ouvido ontem pela reportagem e elogiou o diretor de Franco da Rocha. "Ele é legal." (DO "AGORA")


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