|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empresário reconhece dois acusados de extorsão
da Folha Online
O empresário Wagner Penhalves reconheceu, em depoimento à
CPI do Narcotráfico na madrugada de ontem, dois dos policiais
que ele havia denunciado por tentativa de extorsão.
Ele apontou os agentes do Depatri (Departamento de Investigações sobre Crimes Patrimoniais) Alexandre Francisco Ribeiro Costa e Marcos Pereira como
integrantes do grupo que o prendeu no dia 6 de setembro de 1998.
A identificação complica ainda
mais a situação da dupla, que já
havia sido apontada pelo ex-informante da polícia Laércio Cunha (nome falso) como envolvida
em esquemas de corrupção. Durante seu depoimento, Penhalves
estava acompanhado de sua mulher, Ivonete.
O comerciante, ex-dono de uma
loja de equipamentos de informática em Ciudad del Este, no Paraguai, contou aos deputados que
foi preso pelos dois policiais
quando chegava de viagem no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo).
Costa e Pereira o levaram à sede
do Depatri, na zona norte de São
Paulo, onde teriam pedido R$ 300
mil para Penhalves não ser autuado por estelionato.
O empresário, que não teria
aceito a proposta, era acusado de
ter em seu poder várias cópias de
propostas de cartão de crédito
preenchidas em vários nomes diferentes. Os investigadores mostraram documentos da empresa
de Penhalves que apresentavam
supostas irregularidades.
Os policiais apreenderam o carro do empresário, um Mercedes-Benz SLK, sob alegação de que o
veículo foi apreendido porque o
proprietário não levava consigo
os documentos.
Os policiais não souberam explicar aos deputados o motivo do
auto de apreensão não ter sido assinado pelo delegado, pelo escrivão e pelo dono do automóvel.
O auto de liberação do empresário tinha os mesmos problemas. Penhalves acusa ainda os
policias de terem feito o boletim
de ocorrência somente após a sua
liberação. No dia da prisão, ele
não teria visto o delegado Édson
Soares, que chefia a equipe.
O empresário conta que pagou,
por meio do advogado José Maci,
R$ 5.000 pela liberação do carro.
O pagamento teria sido feito aos
policiais no dia 18, com um cheque do advogado.
Penhalves destacou que os policiais que o prenderam em Praia
Grande (litoral paulista) garantiram ter recebido informações dos
policiais do Depatri sobre ele. Ele
passou cem dias detido até ter a
prisão preventiva revogada.
O empresário ainda responde a
processo na Justiça por suspeita
de fraude com cartões de crédito.
Para o empresário, "provas forjadas" foram usadas para acusá-lo
de fraudar cartões de crédito e estelionato e levá-lo à prisão.
As supostas falhas no comportamento dos policias do Depatri
no caso irritaram o deputado Moroni Torgan (PFL-CE). "Na minha experiência como policial,
nunca vi um delegado não assinar
um boletim de ocorrência."
Texto Anterior: Advogado é preso em flagrante Próximo Texto: Testemunha mantém acusações Índice
|