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CHACINA
Suspeita é de queima de arquivo
Polícia prende 4 por morte de família
JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina
A Polícia do Paraná prendeu
ontem quatro acusados por uma
chacina em Rio Bonito do Iguaçu
(centro-oeste do PR) em que uma
família inteira de sem-terra assentada em um acampamento foi assassinada dentro do barraco.
O caso aconteceu na última segunda-feira. Foram mortos a tiros
e depois degolados o agricultor
Aldenir Almeida de Souza, 34, sua
mulher, Noemi Marcanssoni, 24,
e os filhos do casal Roni Anderson, 3, e Paulo Antônio, 5.
O delegado Ítalo Biancardi Neto
prendeu em flagrante, às 3h de
ontem, o trabalhador rural Rosenir da Luz Borges, 21, acusado de
ser um dos autores da chacina. A
Polícia Civil apreendeu com Borges uma escopeta de repetição e
um facão, que estava com manchas de sangue.
Depois da prisão de Borges, a
Polícia Civil chegou aos nomes de
Antônio Thomé e Deoclides Antunes de Lima, que teriam participado da chacina. Os três foram
presos sob acusação de serem os
autores do crime.
Ilgo Batista de Oliveira, informante da polícia, também foi preso. Ele é acusado de intermediar a
morte do agricultor, a mando do
advogado Luís Otávio Paiva.
Na prisão
Preso desde dezembro do ano
passado por crime de peculato,
Paiva teve prisão temporária decretada pela juíza criminal de Laranjeiras do Sul, Heloísa Gomes
Gonçalves, 30.
O advogado e o fazendeiro Antônio Valiat, que está foragido,
são acusados de serem os mandantes do crime.
Os três acusados de serem os
executores da chacina são empregados em uma fazenda de Valiat.
O agricultor assassinado era a
principal testemunha contra Paiva em uma investigação de crimes
de extorsão de dinheiro em Rio
Bonito do Iguaçu.
Vereador pelo PFL em Laranjeiras do Sul (360 km a oeste de Curitiba), Paiva é ainda investigado
sob acusação de participação em
desmanches de carros, tráfico e
contrabando de armas na região.
Segundo a promotora Fernanda
Garcez, da Promotoria Criminal
de Laranjeiras do Sul, a motivação
para a chacina seria a intimidação
de possíveis testemunhas da ação
do grupo que seria comandado
por Paiva. O Ministério Público
trabalha ainda com a hipótese de
queima de arquivo.
Existem outras 40 pessoas de
Rio Bonito arroladas como testemunhas da suposta participação
do advogado em crimes.
Até as 21h de ontem, Paiva prestava depoimento à polícia e não
pôde falar à Agência Folha. Os advogados dos demais acusados no
caso não foram encontrados.
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