São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 2000


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CHACINA
Suspeita é de queima de arquivo
Polícia prende 4 por morte de família

JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina

A Polícia do Paraná prendeu ontem quatro acusados por uma chacina em Rio Bonito do Iguaçu (centro-oeste do PR) em que uma família inteira de sem-terra assentada em um acampamento foi assassinada dentro do barraco.
O caso aconteceu na última segunda-feira. Foram mortos a tiros e depois degolados o agricultor Aldenir Almeida de Souza, 34, sua mulher, Noemi Marcanssoni, 24, e os filhos do casal Roni Anderson, 3, e Paulo Antônio, 5.
O delegado Ítalo Biancardi Neto prendeu em flagrante, às 3h de ontem, o trabalhador rural Rosenir da Luz Borges, 21, acusado de ser um dos autores da chacina. A Polícia Civil apreendeu com Borges uma escopeta de repetição e um facão, que estava com manchas de sangue.
Depois da prisão de Borges, a Polícia Civil chegou aos nomes de Antônio Thomé e Deoclides Antunes de Lima, que teriam participado da chacina. Os três foram presos sob acusação de serem os autores do crime.
Ilgo Batista de Oliveira, informante da polícia, também foi preso. Ele é acusado de intermediar a morte do agricultor, a mando do advogado Luís Otávio Paiva.

Na prisão
Preso desde dezembro do ano passado por crime de peculato, Paiva teve prisão temporária decretada pela juíza criminal de Laranjeiras do Sul, Heloísa Gomes Gonçalves, 30.
O advogado e o fazendeiro Antônio Valiat, que está foragido, são acusados de serem os mandantes do crime.
Os três acusados de serem os executores da chacina são empregados em uma fazenda de Valiat.
O agricultor assassinado era a principal testemunha contra Paiva em uma investigação de crimes de extorsão de dinheiro em Rio Bonito do Iguaçu.
Vereador pelo PFL em Laranjeiras do Sul (360 km a oeste de Curitiba), Paiva é ainda investigado sob acusação de participação em desmanches de carros, tráfico e contrabando de armas na região.
Segundo a promotora Fernanda Garcez, da Promotoria Criminal de Laranjeiras do Sul, a motivação para a chacina seria a intimidação de possíveis testemunhas da ação do grupo que seria comandado por Paiva. O Ministério Público trabalha ainda com a hipótese de queima de arquivo.
Existem outras 40 pessoas de Rio Bonito arroladas como testemunhas da suposta participação do advogado em crimes.
Até as 21h de ontem, Paiva prestava depoimento à polícia e não pôde falar à Agência Folha. Os advogados dos demais acusados no caso não foram encontrados.



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