DA AGÊNCIA FOLHA

No ano passado, pelo menos três grandes rebeliões com reféns aconteceram na Penitenciária Regional do Carumbé. Geralmente, os agentes penitenciários são as principais vítimas dos internos.
Em um motim ocorrido em novembro de 2000, 20 pessoas ficaram cerca de 30 horas sob o poder dos presos.
Em março deste ano, quatro detentos foram mortos durante uma rebelião que durou mais de 24 horas no Carumbé. A Polícia Militar informou na ocasião que se tratou de um acerto de contas entre os presidiários.
O clima de violência dentro dos presídios de Mato Grosso é comprovado em números. Duas rebeliões nas penitenciárias da Mata Grande, em Rondonópolis (210 km de Cuiabá), e Pascoal Ramos, no distrito industrial da capital, resultaram em 26 internos mortos (13 em cada uma).
Uma das rebeliões mais longas registrada no Estado nos últimos dez anos ocorreu em novembro passado. Em Rondonópolis, 13 rebelados fizeram nove reféns por 73 horas. Ninguém ficou ferido.
Até o então ministro da Justiça José Carlos Dias pôde presenciar, em novembro de 1999, durante a inauguração de novas alas do presídio da Mata Grande, a fúria de 170 internos que promoveram um quebra-quebra e tentaram fugir. A situação foi controlada em poucas horas pela PM.
A Secretaria da Justiça de Mato Grosso não informou o número oficial de rebeliões no ano passado e neste ano.

Relatório
As más condições de funcionamento da Penitenciária Regional do Carumbé foram denunciadas em maio do ano passado em um relatório elaborado pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Mato Grosso.
O trabalho, que demorou três meses para ser elaborado pelos deputados estaduais, denunciava a superlotação das celas, a precariedade da estrutura física, a deficiência no quadro de funcionários e a ausência de projetos para a reabilitação dos internos (trabalho, educação e capacitação).


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