UOL


São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Base petista já fazia oposição à linha da Senad

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) já enfrentava um tiroteio da base petista antes mesmo de Luiz Inácio Lula da Silva assumir o Palácio do Planalto.
O programa de segurança pública do partido transfere o órgão, atualmente vinculado à Presidência, para o Ministério da Justiça. Uma mudança que é "questão de tempo", segundo o ministro Márcio Thomaz Bastos.
Como a secretaria cuida da prevenção, o governo avalia que o ideal seria um trabalho em conjunto com a repressão -de responsabilidade da Polícia Federal, que é subordinada ao ministério de Thomaz Bastos.
Em outra frente, os militares querem a manutenção do status quo. A cúpula do Exército avalia de forma positiva a gestão do general Paulo Uchôa à frente do órgão. Além disso, o fato de a Senad ser coordenada por militar é tido por oficiais como sinal de prestígio da corporação no governo.
Na outra ponta, a presença de militares na secretaria e o estigma de repressão a eles associado afugenta o usuário de drogas. A imagem de prevenção de projetos desenvolvidos pela Senad não "cola" entre eles.
Há, ainda, outro elemento: os elogios de Washington ao funcionamento da secretaria e à política antidrogas se chocam com a ressalva feita por militantes de ONGs, historicamente ligados ao PT, que defendem a regulamentação do uso.
Para o médico Higino Wolff Bodziak, coordenador da Pastoral da Sobriedade, da Igreja Católica, além do trabalho de prevenção e tratamento, também é importante uma campanha informativa, nos moldes do que foi realizado com a Aids, por exemplo. "Hoje os jovens se previnem contra a doença. No caso da droga, as pessoas precisam saber os riscos que correm", afirmou.



Texto Anterior: Drogas: Saúde quer descriminalizar usuário
Próximo Texto: Proposta sugere legalização, diz general
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.