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Polícia não tem prova contra PCC
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PRESIDENTE PRUDENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A delegada titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais)
de Presidente Prudente (SP), Ieda
Filgueiras, afirmou na semana
passada que "ainda não há nada
que comprove a participação do
assaltante Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, um dos
líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), no assassinato do
juiz-corregedor da cidade, Antonio José Machado Dias.
"Nós não temos nenhuma prova da participação dele. Só quando a gente pegar os autores [do
crime" é que eles vão dizer ou
não", declarou a delegada, que integrou a força-tarefa montada para investigar o crime.
Marcola, acusado de ser hoje o
principal líder do PCC, teve o nome envolvido no caso depois da
apreensão de um bilhete na Penitenciária 1 de Avaré três dias depois do assassinato e que fazia referência à morte do juiz. Para a
polícia, é "apenas um indício",
não prova. O próprio detento negou ter ligação com o homicídio,
por meio de uma nota divulgada
pela sua advogada.
A mensagem interceptada na
penitenciária dizia: "Se realmente
foi isso, hoje virá algum salve para
você. A caminhada é a seguinte: o
Machado foi nesta. Passou em todo o jornal lá da cidade e de São
Paulo. Esse salve veio hoje pelo
pessoal. Foi a Fia que passou.
Acredito eu que é a caminhada do
câncer, pois a operação que faltava foi marcada e o paciente operado. Ela pediu para dizer que tinham matado o Machado".
Rosângela Aparecida Lendramandi, a Fia, que teria enviado o
bilhete por meio de outro preso
de Avaré, foi detida em seguida
pelo Deic (Departamento de
Investigações sobre o Crime Organizado), sob a acusação de
atuar como mensageira para os
líderes do PCC.
Rigidez
Uma das hipóteses analisadas
pelo Deic e pelo Ministério Público é a de que o juiz-corregedor teria morrido em um atentado planejado pelo PCC como forma de
protesto contra a rigidez do CRP
de Presidente Bernardes e contra
as duas mortes de detentos, oficialmente por suicídio, que ocorreram lá. A facção o teria escolhido por sua postura.
Marcola foi transferido, há duas
semanas, de Avaré para o CRP de
Presidente Bernardes, onde estão
outros líderes da facção.
Na semana passada, a DIG enviou ao DHPP o inquérito da
morte do magistrado, ainda sem
prazo para ser enviado para o Ministério Público. A investigação
tem cinco volumes e cerca de mil
páginas. O caso ficará centralizado nesse departamento.
(CRISTIANO MACHADO e ALESSANDRO SILVA)
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