São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2004

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ACIDENTE

Mulher morta foi atingida quando estava na calçada

Ônibus desgovernado mata 1, fere 8 e derruba sinal na zona oeste

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma mulher morreu e oito pessoas ficaram feridas em um acidente com um ônibus desgovernado, na manhã de ontem, na rua Heitor Penteado, no Sumarezinho (zona oeste de São Paulo).
A auxiliar de escritório Célia Guglielmi Fernandes, 44, estava ao lado de um semáforo para pedestres esperando para atravessar quando o motorista Diran Soares Pereira, 43, perdeu o controle do veículo, que subiu na calçada e a atingiu. No impacto, o poste com o semáforo foi arrancado do chão.
Fernandes, que era casada e mãe de dois filhos, morava em São Bernardo do Campo (Grande SP). Ontem de manhã, ela fazia um serviço próximo ao local do acidente. As outras oito vítimas estavam no ônibus e foram encaminhadas à Santa Casa de Misericórdia e ao pronto-socorro da Lapa com ferimentos leves.
A principal hipótese da polícia é que o eixo do ônibus, que fazia a linha 775N (Metrô Vila Mariana/ Rio Pequeno), tenha quebrado. O estudante Daniel Marques, 18, disse que lia um livro no ônibus quando sentiu um solavanco e teve a impressão de que o veículo ia tombar para a esquerda. Foi quando Pereira virou o veículo para a direita e subiu na calçada.
No instante, a aposentada Dirce de Carvalho, 55, olhou pela janela de seu apartamento para ver como estava o trânsito. "Vi a moça olhando para a direita, esperando o sinal fechar. Se olhasse para o outro lado, poderia ter pulado para longe. O ônibus veio para cima. Ela deve ter morrido na hora. Depois, o motorista desceu, sentou do lado dela e começou a chorar."
Segundo ela, os veículos costumam passar em alta velocidade, apesar da placa que restringe a velocidade a 50 km/h, e atropelamentos são freqüentes no local, próximo à rua Oscar Caravelas.
Para o estudante Bruno Walter Caporrino, 21, e o funcionário público Rodrigo Carminati, 24, que estavam no ônibus, o condutor não teve culpa e a causa do acidente foi a falta de manutenção no veículo, que é de 1994 e pertence à viação Santa Madalena.
Se a perícia confirmar que a quebra do eixo foi a causa do acidente, a viação pode responder por homicídio culposo (sem intenção de matar). Caso contrário, o motorista deve ser indiciado. O laudo deve ser concluído entre 30 e 40 dias. A Folha tentou ouvir a viação ontem, mas funcionários da portaria disseram que os responsáveis não estavam no local.


Colaborou o "Agora"

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