São Paulo, Quarta-feira, 14 de Abril de 1999
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Sexo oral é porta para DSTs

da Reportagem Local

Consenso médico internacional considera o sexo oral como prática de risco para a transmissão do HIV. No Brasil, não há caso comprovado. "Na Europa e nos EUA, foram registrados algumas contaminações pelo sexo oral", afirma André Lomar, da Sociedade Pan Americana de Infectologia.
A dificuldade em se quantificar o risco é explicável, pois quase não há registro de pessoas que praticam exclusivamente sexo oral.
"Se há ferimentos na boca e no pênis, a contaminação pode ocorrer para o homem ou para a mulher", diz Leda Jamal, do Programa Estadual de Aids.
Os riscos para a Aids aumentam na medida em que várias doenças podem ser transmitidas pelo sexo oral. Wong Kuen, infectologista do programa de DST-Aids, cita a sífilis, a gonorréia, a herpes genital e labial, os triconomas -infecções por fungos e parasitas-, e as hepatites A e B. Também há risco para o HPV, vírus que na mulher pode pode provocar o câncer de colo do útero. "O sexo oral desprotegido perpetua a transmissão", diz Wong.
Nessa ciranda de contaminações, a mulher é a maior vítima, afirmam os médicos. Segundo estudos, diferenças fisiológicas fazem com que ela corra até 15 vezes mais risco que um homem. Como profissional do sexo, e com alta rotatividade de clientes, a mulher fica ainda mais exposta a contaminações.
No Estado de São Paulo existem cerca de 18 mil mulheres doentes de Aids para 60 mil homens. Entre os casos atualmente notificados, no entanto, a proporção entre homem e mulher já está em dois para um.


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