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FRIO
Mesmo com reajuste previsto de 7%, entidades ainda terão de usar recurso próprio para cobrir custos
Verba repassada é insuficiente
DA REPORTAGEM LOCAL
Congelados há quatro anos, os
valores "per capita" pagos às entidades filantrópicas que administram os albergues devem ser corrigidos em 7% neste ano. Ainda
assim não vão cobrir os custos de
atendimento ao albergado.
Cada albergue da cidade é obrigado a oferecer pelo menos banho
quente, uma troca de roupa, jantar e café da manhã.
A tabela, segundo a Secretaria
da Assistência Social, varia de R$
120 a R$ 170 mensais por vaga no
albergue. O valor não é igual para
todos porque depende da estrutura e dos serviços que o estabelecimento oferece. Com o reajuste, o
"per capita" vai variar de R$
128,40 a R$ 181,90.
"Ainda é insuficiente. Não cobre nossos gastos nem recupera o
acumulado dos quatro anos sem
correção", disse Sérgio Ribeiro,
coordenador do albergue Lygia
Jardim, o único que falou sobre o
assunto com a Folha -os outros
coordenadores consultados evitaram comentar o reajuste.
Como a verba repassada não é
suficiente, as entidades mantenedoras, a maioria ligada a igrejas,
cobrem o déficit entre o custo do
albergue e o repasse municipal. É
o caso do Lygia Jardim.
O secretário da Assistência Social, Evilásio Farias, reconhece
que o valor não é satisfatório, mas
diz que não tem verba e que sofre
a mesma pressão das creches conveniadas. O orçamento para moradores de rua em 2001 é de R$ 8,8
milhões. A secretaria precisa de
suplementação de R$ 1,35 milhão
e negocia acordo com parceiros.
A verba seria distribuída da seguinte forma: R$ 162 mil para o
abrigo de mulheres, R$ 180 mil
para o abrigo provisório de inverno com 250 vagas, R$ 144 mil para
a casa de cuidados médicos e R$
180 mil para cinco moradias provisórias. A entrega das obras está
prevista para julho.
O restante da verba seria usado
em capacitação profissional de
cem sem-teto (R$ 144 mil) e para
as cooperativas de catadores de
papel (R$ 540 mil).
Para contornar o orçamento
curto, Farias quer incluir as famílias de crianças em situação de rua
no programa Renda Mínima. Ele
está negociando com o secretário
Márcio Pochmann (Trabalho).
Outra proposta é exigir que as
empresas que prestam serviço à
secretaria contratem moradores
de rua capacitados pela prefeitura. A expectativa é de contratar
400 sem-teto, recebendo um salário mínimo.
(EM)
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