São Paulo, domingo, 14 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Soldado morto em patrulhamento iria se aposentar no fim do ano

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JUNDIAÍ

A dois meses de tirar licença-prêmio e férias e a sete meses de se aposentar, o soldado da PM Nelson Pinto, 44, foi morto enquanto fazia patrulhamento. Ele foi atingido por três tiros, na noite de anteontem, disparados por oito homens armados, em quatro motos, em Jundiaí, interior de São Paulo.
O soldado foi enterrado ontem à tarde na cidade com direito a honras militares no Cemitério Montenegro.
A mulher dele, Rosa de Jesus Pinto, 59, chorou praticamente durante todo o tempo no velório e estava sob o efeito de calmantes. "Esses bandidos estão destruindo a vida de muitos inocentes. O que vou fazer da minha vida agora? Éramos só eu, ele e dois canários em nosso apartamento."
Outro soldado que estava no carro de patrulha, Marcelo Henrique dos Santos Moraes (a idade não foi divulgada), foi atingido por oito tiros e está internado. Depois de ser operado, passava bem, segundo o comando da PM.
O soldado Pinto foi atingido na cabeça e ainda chegou ao hospital com vida. Ele entrou em coma e morreu por volta das 5h de ontem, de hemorragia cerebral.
A mulher dele disse que o casal havia planejado uma viagem para Fortaleza no fim do ano, após a aposentadoria dele. "Ele sempre me dizia que, se ele morresse fardado, morreria feliz. Ele amava a farda dele." A viúva disse que Pinto era evangélico e estava na corporação desde 1983.
A mãe dele, Cecília Fernandes Pinto, 73, disse que o filho era uma pessoa tranqüila e brincalhona. Segundo ela, Pinto tinha dois filhos de outro casamento, uma jovem de 20 anos e um rapaz de 18 anos. "Quando me ligaram pela manhã, minhas pernas tremeram. Já havia falado para ele que esta era uma profissão perigosa, mas ele adorava o que fazia."


Texto Anterior: Agente deixa mulher grávida e filho
Próximo Texto: Danuza Leão: Sempre mais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.