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Soldado morto em patrulhamento
iria se aposentar no fim do ano
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JUNDIAÍ
A dois meses de tirar licença-prêmio e férias e a sete meses de se
aposentar, o soldado da PM Nelson Pinto, 44, foi morto enquanto
fazia patrulhamento. Ele foi atingido por três tiros, na noite de anteontem, disparados por oito homens armados, em quatro motos,
em Jundiaí, interior de São Paulo.
O soldado foi enterrado ontem
à tarde na cidade com direito a
honras militares no Cemitério
Montenegro.
A mulher dele, Rosa de Jesus
Pinto, 59, chorou praticamente
durante todo o tempo no velório e
estava sob o efeito de calmantes.
"Esses bandidos estão destruindo
a vida de muitos inocentes. O que
vou fazer da minha vida agora?
Éramos só eu, ele e dois canários
em nosso apartamento."
Outro soldado que estava no
carro de patrulha, Marcelo Henrique dos Santos Moraes (a idade
não foi divulgada), foi atingido
por oito tiros e está internado. Depois de ser operado, passava bem,
segundo o comando da PM.
O soldado Pinto foi atingido na
cabeça e ainda chegou ao hospital
com vida. Ele entrou em coma e
morreu por volta das 5h de ontem, de hemorragia cerebral.
A mulher dele disse que o casal
havia planejado uma viagem para
Fortaleza no fim do ano, após a
aposentadoria dele. "Ele sempre
me dizia que, se ele morresse fardado, morreria feliz. Ele amava a
farda dele." A viúva disse que Pinto era evangélico e estava na corporação desde 1983.
A mãe dele, Cecília Fernandes
Pinto, 73, disse que o filho era
uma pessoa tranqüila e brincalhona. Segundo ela, Pinto tinha dois
filhos de outro casamento, uma
jovem de 20 anos e um rapaz de 18
anos. "Quando me ligaram pela
manhã, minhas pernas tremeram. Já havia falado para ele que
esta era uma profissão perigosa,
mas ele adorava o que fazia."
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