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ADMINISTRAÇÃO
Levantamento da Associação Viva o Centro
analisou as concessões da prefeitura nas regiões da Sé e da República
Lista aponta 98% de camelôs irregulares
LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria dos camelôs da cidade de São Paulo que possui permissão da prefeitura para comercializar no centro estão instalados
em locais irregulares.
Levantamento da Associação
Viva o Centro mostra que a própria prefeitura concedeu TPUs
(Termos de Permissão de Uso)
em desacordo com a lei que regulamenta o comércio ambulante
na cidade. Dos 769 termos em vigor na região da Sé e República,
98% estão em áreas irregulares,
segundo a associação.
Para identificar as ilegalidades,
a pesquisa levou em consideração
as distâncias mínimas, previstas
em lei, que os ambulantes devem
ficar de bens e monumentos tombados (20 metros), de faixa de pedestres e de orelhões (cinco metros) e de agências bancárias (não
pode haver camelôs em frente).
Também foi checada a distância
entre os ambulantes, que não pode ser inferior a dez metros, dependendo da concessão.
De acordo com o superintendente da Viva o Centro, Marco
Antonio Ramos de Almeida, os
principais problemas identificados são em relação à proximidade
a prédios tombados e ao espaço
entre os camelôs.
"As ruas ficam tomadas. Eles
criam uma balbúrdia no centro e
dificultam a limpeza da cidade.
Também inviabilizam a região
como local de turismo e entretenimento", afirma Almeida.
Para ele, os ambulantes deveriam ser agrupados em grandes
estruturas, tipo um mercado, na
região onde hoje trabalham.
As áreas da Sé e República recebem cerca de 2 milhões de pessoas diariamente, segundo dados
da Secretaria das Subprefeituras.
A reportagem foi em oito das 31
ruas listadas pela Viva o Centro e
encontrou problemas em sete localidades. Na maioria das vias, as
barracas dos camelôs não obedecem a distância mínima entre si.
Na rua 25 de março, há 18 bancas em um único quarteirão. Em
muitas casos, a distância deixada
só permite a passagem de uma
pessoa. Já na rua Conselheiro
Crispiniano, além de serem muito
próximas, algumas bancas também ficam a menos de cinco metros de orelhões e a menos de 20
metros de prédios tombados.
Na 24 de maio, os bancos também são afetados. Na frente de
três agências há dez bancas. "O
TPU da gente diz para ficar na
frente do número 102 [uma agência do Bradesco]. Ninguém nunca
reclamou", disse Gilberto Silva,
auxiliar de um permissionário.
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