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"Roubo de quadros famosos é obra de amador no Brasil"
NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Roubo de quadros famosos
no Brasil é obra de amador, e a
existência de quadrilhas especializadas, "pura ilusão".
A opinião é do representante
da casa de leilões Sotheby's
-uma das mais importantes do
mundo- Pedro Corrêa do Lago, que diz que esse tipo de crime continua a ocorrer devido à
crença infundada num "mercado negro" de arte.
"A ilusão do ladrão é achar
que vai haver deságio, como para joias. Não há receptador para
isso [quadros]. Hoje, você sabe
automaticamente se o quadro é
roubado. Se, no mercado legítimo, vale R$ 10 milhões, quando
roubado, vale zero."
Para Lago, não há colecionadores que "admiram seus quadros roubados em câmaras
secretas".
Ele defende a ideia de que
não existem quadrilhas especializadas no Brasil.
De acordo com o representante da Sotheby's, os roubos
recentes -Masp, ocorrido em
dezembro de 2007, e o dos Jardins, no domingo- repetem o
mesmo padrão dos "roubos de
ocasião", feitos por gente pouco
informada.
"A experiência recente provou que todas as ocorrências do
tipo no Brasil eram de pessoas
que ouvem falar que no lugar a
que têm acesso há quadros que
valem uma fortuna. Roubam
primeiro e se preocupam em
vender depois. Aí, descobrem
que não há comprador."
Prática comum
Um dos motivos para que os
roubos a quadros tenham se
tornado comuns, na opinião de
Lago, é a publicidade em torno
deles, o que pode alimentar a
vontade dos ladrões.
"É possível que não tenham
entrado para roubar os quadros
e, na falta de todo o resto, sabendo que estavam lá e eram
grandes nomes, disseram "bom,
vamos levar pelo menos isso
aqui'", afirma.
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