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VIOLÊNCIA NO RIO
Governador, que prometeu ajudar a família da refém morta, declarou que o desfecho do sequestro de anteontem foi desastroso
Comandante da PM é demitido por Garotinho
DA SUCURSAL DO RIO
Diante de mais uma crise na
área de segurança pública, por
causa da ação desastrada da polícia no sequestro de anteontem, o
governador do Rio, Anthony Garotinho (PDT), demitiu ontem o
comandante da Polícia Militar,
coronel Sérgio da Cruz.
Garotinho demonstrou irritação com o comportamento dos
policiais no desfecho do sequestro
do ônibus, no qual duas pessoas
morreram. Em rápida declaração,
informou que tomou conhecimento do laudo que aponta que o
sequestrador foi morto por asfixia. "A polícia asfixiou o bandido.
Isso é intolerável, não tem cabimento em lugar nenhum."
Para o governador, o desfecho
do caso "foi desastroso, a pior coisa que poderia acontecer". O novo comandante será o coronel
Wilton Soares Ribeiro, chefe do
Estado Maior da PM.
Apesar de ter decidido demitir
Cruz, Garotinho não anunciou
nenhuma medida contra o comandante do Bope, coronel José
Penteado, responsável direto pela
operação.
Embora tenha anunciado a demissão de Cruz como consequência dos fatos acontecidos anteontem, essa era, na verdade, uma decisão que o governador vinha estudando pelo menos desde abril.
Naquele mês, uma comissão especial nomeada pelo próprio governador, sob comando do Ministério Público, iniciou investigação a partir de relatório da Ouvidoria da Secretaria de Segurança Pública, no qual Cruz é acusado de não ter apurado 56 denúncias contra crimes de extorsão, sequestro e tráfico envolvendo policiais militares.
O governador afirmou que "a
polícia teve desempenho medíocre" no episódio do sequestro.
Para ele, além de terem asfixiado o sequestrador, os policiais cometeram erros ao montar a operação de isolamento que permitiu
a aproximação de curiosos numa
situação de risco e na reação final
do policial que disparou tiros de
metralhadora, para o qual "faltou
total equilíbrio", afirmou.
As declarações foram feitas na
tarde de ontem, depois de seu encontro com Maria Elisângela
Gonçalves, irmã de Geísa Firmo
Gonçalves, a refém que foi morta.
No encontro, no qual Elisângela
esteve acompanhada de uma prima, o governador prometeu
apoio pessoal e do Estado à família da vítima. A primeira ajuda seria com o pagamento do translado do corpo de Geísa para Fortaleza (CE), bem como das despesas
de viagem da irmã e da prima, que
chegaram ontem ao Rio e foram
direto do aeroporto para o gabinete de Garotinho.
As duas passaram o dia de ontem sendo conduzidas pessoalmente pelo chefe do Gabinete Militar do governo do Estado, coronel Paulo Melo, e pelo secretário
da Casa Civil, Augusto Alriston,
que providenciaram para que fossem resolvidos entraves burocráticos no IML e para a viagem de
volta a Fortaleza.
Antes do encontro com os parentes da refém morta, que durou
15 minutos, ele havia se reunido
com o secretário de Segurança
Pública, coronel Josias Quintal.
Nesse encontro, ele decidiu pela
demissão do comandante da PM.
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