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Amigos protestam na frente do IML
WAGNER MATHEUS
DA SUCURSAL DO RIO
Um grupo de 55 pessoas, entre
amigos, alunos e vizinhos de Geísa Firmo Gonçalves, fizeram ontem uma manifestação em frente
ao IML, no Rio. Eles pediram justiça e apuração séria do caso.
Os manifestantes, todos moradores da favela da Rocinha, na zona sul do Rio -onde Geísa vivia
com Alexandre Magno Alves-,
chegaram em um ônibus fretado
pela Associação de Moradores.
"Precisamos de paz. Não à impunidade. Lei para todos, igualdade de direitos", dizia um cartaz
carregado por um dos alunos da
professora morta. "Assisti a tudo
pela televisão e fiquei muito triste
quando soube que ela tinha morrido", disse Nilson da Silva Farias,
12, aluno de Geísa.
"Queremos que investiguem.
Todo mundo viu pela TV o que
aconteceu. A Geísa era muito querida na comunidade", afirmou
João Carlos Barbosa e Lima, 39,
um dos líderes da manifestação.
A irmã de Geísa, Elisangela
Gonçalves, chegou no início da
tarde de ontem de Fortaleza (CE).
Depois de ser recebida pelo governador Anthony Garotinho, no
Palácio Guanabara, ela foi ao IML
ver o corpo da irmã. Elisangela e
uma prima, que não quis se identificar, foram escoltadas pelo chefe do Gabinete Militar do Palácio
Guanabara, coronel Paulo Melo, e
por dois policiais militares.
O coronel e os policiais impediram que os jornalistas se aproximassem de Elisangela, que, chorando, não parava de repetir: "Eu
só quero chegar para ver o corpo
da minha irmã".
Atrás dos policiais seguiam três
colegas de trabalho de Geísa, que
gritavam para que Elisangela não
assinasse nenhum documento.
Por volta das 18h, três alunas de
Geísa entraram no IML para falar
com Elisangela. O encontro durou cerca de 20 minutos. Uma das
meninas desceu com um bilhete
da irmã da professora.
"Eu, Elisangela, irmã da vítima,
agradeço o anseio da comunidade, principalmente das crianças.
Crianças, vocês são puras e simples, como era minha irmã. Por isso Deus a quis junto a Ele. Eu as
abraço em nome dela," dizia um
dos trechos do texto.
De acordo com Adriana Pazzoti, amiga e coordenadora da creche onde Geísa trabalhava, até as
18h30 a irmã e a prima da professora não tinham feito o reconhecimento do corpo.
O marido de Geísa, Alexandre
Magno Alves, não apareceu para
fazer o reconhecimento do corpo.
Segundo um amigo da família,
que não quis se identificar, ele "estava o dia inteiro acompanhado
de um policial da 15ª Delegacia
Policial" (Gávea, zona sul do Rio),
onde o caso foi registrado.
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