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São Paulo, sábado, 14 de junho de 2003

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URBANISMO

Órgão admite que vias no entorno deverão ficar sobrecarregadas no início, mas diz que problema será temporário

Para CET, ruas próximas serão afetadas

DA REPORTAGEM LOCAL

A CET admite que, em um primeiro momento, as mudanças na Rebouças devem afetar o trânsito nas ruas das regiões próximas à avenida. A falta de um estudo sobre esse impacto é uma das principais críticas dos moradores.
"Pode até ocorrer um carregamento eventual de algumas ruas no entorno, mas a gente acha que isso é temporário e depois esses veículos retornarão à Rebouças, porque haverá uma melhoria para o motorista", afirmou ontem Francisco Macena, o presidente da CET (Companhia de Engenharia do Tráfego).
Além da falta de estudo sobre o impacto provocado no trânsito, a Associação Rebouças Viva, que reúne moradores e comerciantes da região, afirma que também não foi feito nenhum levantamento do impacto ambiental causado pelas mudanças.
Segundo a presidente da Rebouças Viva, Fernanda Bandeira de Mello, a própria CET admite que haverá 1.200 carros a menos por hora na avenida, mas não existem estudos sobre o "transtorno" no trânsito da região nem sobre a poluição, do ar e visual. A avenida recebe hoje cerca de 100 mil veículos por dia.
Ela afirma que "um projeto dessa dimensão [da Vila Sônia ao centro de SP] precisa de estudos, que não estão prontos".
Outro argumento é o de que a atual mudança se baseia numa projeção para apenas três anos, sem uma perspectiva de médio prazo. "A razão do receio é que os estudos têm um horizonte curto." Para ela, o essencial é um plano mais detalhado: "Não queremos polemizar nada que não seja necessário, mas é necessária uma análise técnica".
Na apresentação do projeto ontem, a subprefeita de Pinheiros, Beatriz Pardi, disse que houve cinco audiências públicas, com debates detalhistas. "A discussão foi feita exaustivamente com aqueles que se interessaram em discutir", afirmou Pardi.

Elefante branco
A prefeita Marta Suplicy (PT) afirmou, também na apresentação de ontem, que o estudo para a implementação do projeto foi feito por técnicos da CET, "a partir de uma constatação de que a Rebouças estava virando uma avenida muito feia e degradada". Para a petista, "não demoraria muito para que a gente tivesse um outro elefante branco na cidade".
Bandeira de Mello rebate e afirma que "a avenida Rebouças já vem se reinventando há mais de dois anos, e não é por causa da prefeitura". Ela dá como exemplo alguns prédios que foram revitalizados, sem nenhum tipo de incentivo por parte da administração municipal.


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