São Paulo, Segunda-feira, 14 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Contrabando será favorecido'

da Agência Folha,

em Porto Alegre O diretor-presidente da Taurus, Carlos Alberto Murgel, utilizou uma frase de efeito para lembrar um episódio histórico e, ao mesmo tempo, fazer uma paródia com a possível restrição da venda de armas no Brasil.
"Nunca houve tanta bebida alcoólica nos EUA quanto na época em que foi promulgada a Lei Seca." Ele acha que o mercado negro de armas será favorecido no Brasil devido às restrições previstas pelo governo.
A Taurus exporta para 85 países, incluindo toda a América Latina. Há cinco anos, todas as exportações são feitas de avião.
A entrada de armas brasileiras contrabandeadas do exterior tem, segundo ele, duas explicações. "Quando uma arma é exportada, não paga impostos. Quando é vendida no mercado interno, paga 72% de tributos. Seja onde estiver, no exterior, é mais barata do que no Brasil. Além disso, no mercado interno, só se pode comprar até o calibre 38. Em outros países, não há essas restrições", disse.
O valor de uma arma Taurus no exterior varia entre US$ 150 e US$ 350. No mercado interno, varia entre US$ 400 e US$ 800. Para o Paraguai, em 1998, foram exportadas 4.500 armas.
O diretor-executivo da Rossi, Luciano Rossi, sob os mesmos argumentos, afirmou ter "certeza que as restrições vão aumentar o comércio ilegal". "Além disso, sem o comércio interno, não há contrapartida para exportações. Haverá queda de divisas ", disse.
"Em 98, o Brasil exportou US$ 70 milhões em armas e importou apenas US$ 1 milhão. É isso que vamos perder", afirmou. A Rossi, segundo o diretor-executivo, exportou menos de 1.000 armas para o Paraguai em 98 e menos de 500 até maio.


Texto Anterior: Fronteira tem livre comércio de arma
Próximo Texto: Aeronáutica pode criar novo esquadrão
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.