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AGU veta alerta em anúncio de alimentos gordurosos
Anvisa dava prazo de seis meses para empresas cumprirem a resolução
Advocacia-Geral da União afirma que é preciso analisar se é atribuição da agência ditar regra publicitária
ANGELA PINHO
DE BRASÍLIA
Atendendo a pedido do
mercado publicitário, a AGU
(Advocacia-Geral da União)
recomendou ontem a suspensão da resolução sobre
propaganda de alimentos
editada há duas semanas pela Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária).
A regra determinava que,
dentro de seis meses, peças
de publicidade de produtos
com altos teores de açúcar,
sódio e gorduras trans e saturada teriam de veicular alertas sobre os problemas à saúde que o consumo dessas
substâncias poderia causar
ao consumidor: doenças do
coração, pressão alta, obesidade e cárie.
As frases de advertência
deveriam ser proferidas pelo
personagem principal do comercial, no caso da televisão,
ou pelo locutor da peça publicitária, no caso do rádio.
O parecer, assinado pelo
advogado-geral Luís Inácio
Lucena Alves, é uma resposta a uma representação do
Conar (Conselho Nacional de
Autorregulamentação Publicitária), que questionava a
atribuição da Anvisa para ditar regras como essa.
Adams afirma que é preciso analisar se a agência poderia ter tomado essa medida
ou se seria necessário uma lei
federal sobre o tema.
Ele recomenda a suspensão da resolução até que a
Consultoria-Geral da União,
órgão da própria AGU, se
pronuncie em definitivo sobre o tema.
OUTROS CASOS
Na nota que publicou em
seu site, a AGU lembra que já
se manifestou sobre a regulamentação da publicidade de
medicamentos e bebidas alcoólicas e que, nos dois casos
citados, recomendou a revisão das normas previstas "de
forma a evitar o grande número de ações sobre as questões na Justiça".
A Anvisa afirmou que só
irá se pronunciar hoje sobre o
parecer.
A agência já havia suavizado a resolução sob o argumento de que a AGU havia informado que ela não tinha
competência para exigir
duas medidas: limites de horário para as propagandas e
proibição da utilização de
personagens de desenho animado. A ausência desses
dois pontos na resolução levaram organizações de defesa do direito do consumidor a
criticarem a Anvisa.
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