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GOIÁS
Veteranos do curso de zootecnia da Universidade Católica, em Anápolis, podem ser expulsos; estudante já teve alta
Calouro entra em coma alcoólico após trote
LARA SCHULZE
DA AGÊNCIA FOLHA
O estudante Diego Amorim
Vieira entrou em coma alcoólico
após trote dado na segunda-feira
pelos colegas veteranos do curso
de zootecnia da UCG (Universidade Católica de Goiás), em Anápolis. Ele teve alta ontem.
Os alunos mais velhos arrecadaram dinheiro e seguiram para um
bar, onde novatos ingeriram pinga e cerveja. Vieira, 20, disse que
não foi obrigado a beber, mas ficou constrangido com a situação.
Vieira diz não se lembrar de nada, mas que amigos lhe disseram
que ele foi levado por uma colega
para o hospital, por volta das 14h
de segunda. O médico Anselmo
Norato Sousa e Silva diz que o paciente já estava em coma alcoólico
quando chegou ao hospital.
"O estudante manteve o quadro
de hipoglicemia durante cerca de
quatro horas", afirmou o médico.
De acordo com ele, é o tempo
normal para eliminar a bebida.
Segundo a UCG, após o incidente foram contratados 14 vigias para reforçar o policiamento que era
feito por 127 homens. A universidade informou que foi aberto
processo administrativo.
Segundo a vice-reitora, Sandra
Faria, os veteranos -se forem
apontados como culpados pelo
processo- poderão sofrer punições como advertência, repreensão, suspensão e desligamento.
Faria disse que os trotes que violam a liberdade individual, provocam danos físicos e morais e danificam bens dos recém-admitidos
são proibidos na instituição.
"Não aceitamos esse tipo de recepção. Isso traumatiza, inibe e
prejudica a faculdade."
A UCG tem cerca de 25 mil alunos. A classe do primeiro período
de zootecnia tem 60 estudantes.
Lâmina
Na UEG (Universidade Estadual
de Goiás), veteranos de arquitetura e urbanização rasparam com
lâmina a cabeça e os braços dos
calouros e jogaram tinta e lama
nos corpos, também na segunda.
A funcionária pública I.R.B.,
mãe de um aluno de 17 anos, reclamou do trote com a direção da
universidade. "Fiz a reclamação
porque a entidade não pode descuidar disso. Foi uma brincadeira
de mau gosto", afirmou.
A mãe diz que se assustou quando o filho chegou em casa. "Fiquei
preocupada quando ele disse que
rasparam a cabeça e os braços
com lâmina." A funcionária pública não quis revelar o nome de
seu filho, mas diz que ele não se
incomodou com o trote.
Segundo o diretor de comunicação da UEG, Aladi José de Lima,
o caso será levado para o conselho
da universidade e, se necessário,
os veteranos serão punidos.
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