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São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2003

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GOIÁS

Veteranos do curso de zootecnia da Universidade Católica, em Anápolis, podem ser expulsos; estudante já teve alta

Calouro entra em coma alcoólico após trote

LARA SCHULZE
DA AGÊNCIA FOLHA

O estudante Diego Amorim Vieira entrou em coma alcoólico após trote dado na segunda-feira pelos colegas veteranos do curso de zootecnia da UCG (Universidade Católica de Goiás), em Anápolis. Ele teve alta ontem.
Os alunos mais velhos arrecadaram dinheiro e seguiram para um bar, onde novatos ingeriram pinga e cerveja. Vieira, 20, disse que não foi obrigado a beber, mas ficou constrangido com a situação.
Vieira diz não se lembrar de nada, mas que amigos lhe disseram que ele foi levado por uma colega para o hospital, por volta das 14h de segunda. O médico Anselmo Norato Sousa e Silva diz que o paciente já estava em coma alcoólico quando chegou ao hospital.
"O estudante manteve o quadro de hipoglicemia durante cerca de quatro horas", afirmou o médico. De acordo com ele, é o tempo normal para eliminar a bebida.
Segundo a UCG, após o incidente foram contratados 14 vigias para reforçar o policiamento que era feito por 127 homens. A universidade informou que foi aberto processo administrativo.
Segundo a vice-reitora, Sandra Faria, os veteranos -se forem apontados como culpados pelo processo- poderão sofrer punições como advertência, repreensão, suspensão e desligamento.
Faria disse que os trotes que violam a liberdade individual, provocam danos físicos e morais e danificam bens dos recém-admitidos são proibidos na instituição.
"Não aceitamos esse tipo de recepção. Isso traumatiza, inibe e prejudica a faculdade."
A UCG tem cerca de 25 mil alunos. A classe do primeiro período de zootecnia tem 60 estudantes.

Lâmina
Na UEG (Universidade Estadual de Goiás), veteranos de arquitetura e urbanização rasparam com lâmina a cabeça e os braços dos calouros e jogaram tinta e lama nos corpos, também na segunda.
A funcionária pública I.R.B., mãe de um aluno de 17 anos, reclamou do trote com a direção da universidade. "Fiz a reclamação porque a entidade não pode descuidar disso. Foi uma brincadeira de mau gosto", afirmou.
A mãe diz que se assustou quando o filho chegou em casa. "Fiquei preocupada quando ele disse que rasparam a cabeça e os braços com lâmina." A funcionária pública não quis revelar o nome de seu filho, mas diz que ele não se incomodou com o trote.
Segundo o diretor de comunicação da UEG, Aladi José de Lima, o caso será levado para o conselho da universidade e, se necessário, os veteranos serão punidos.


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