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SP tem 300 famílias
ainda em áreas de risco
DO "AGORA"
Um mapeamento feito por técnicos contratados pela prefeitura
e concluído em abril de 2003 identificou 2.700 famílias vivendo em
locais de São Paulo onde há perigo de deslizamento ou soterramento. A maioria são favelas.
A administração se comprometeu a remover todas elas, mas inicialmente não estabeleceu prazos.
Até o começo de dezembro passado, só 771 haviam sido removidas.
Na ocasião, o chefe da assessoria
técnica de serviços e obras da Secretaria de Subprefeituras, Sérgio
Aparecido Pereira, informou que
a remoção seria concluída até
agosto deste ano.
Consultada ontem, a pasta informou que, até junho -na estatística mais atualizada-, cerca de
2.400 famílias haviam sido retiradas. Dessas, 1.100 foram removidas em 2003 e 1.400, neste ano.
As 300 famílias que vivem em
áreas de risco deverão ser transferidas até o final do ano. Segundo a
secretaria, cada subprefeitura
monitora as áreas e faz a remoção
quando julgar necessário. Para isso, dispõe de geólogos.
A Secretaria de Subprefeituras
alega que um dos principais obstáculos para a remoção é a resistência das próprias famílias, que
se recusam a sair. Outro problema é a necessidade de transferi-las para áreas próximas para não
afastá-las do trabalho, escola e demais compromissos diários.
Remoção
Na quarta-feira, a Justiça determinou que a administração municipal remova todos os moradores das "áreas de risco alto ou
muito alto" do Parque Europa,
em M'Boi Mirim (zona sul). Cabe
à prefeitura definir quem sairá
com base em relatórios técnicos,
que devem ser apresentados
mensalmente à Promotoria.
A medida deve ser cumprida
em até 90 dias após a data da decisão. Caso descumpra a medida, a
prefeitura terá de pagar multa
diária de R$ 20 mil por moradia
em risco. Ela pode recorrer.
A liminar foi concedida pela 14ª
Vara da Fazenda Pública, após requerimento do promotor Carlos
Alberto Amin Filho, com base em
reportagem, de 2003, do "Agora".
A desempregada Andreia de
Cássia Odorico, 30, mora com o
marido e cinco filhos numa casa
de dois cômodos no Parque Europa. Ela se mudou para o local há
17 anos e sempre fica com medo
quando chove. "Quando o tempo
fecha, não fico em casa de jeito nenhum." A casa, sob um barranco,
tem rachaduras e infiltrações.
Segundo a Subprefeitura de
M'Boi Mirim, serão feitas obras
para evitar deslizamentos onde
for possível, e famílias serão removidas dos locais mais críticos.
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