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SAÚDE PRIVADA
Agência Nacional de Saúde Suplementar reavalia cronograma e regras para mudanças em planos anteriores a 1999
Governo poderá rever prazos de adequação
DA REPORTAGEM LOCAL
A Agência Nacional de Saúde
Suplementar poderá rever os prazos estabelecidos para a adequação, sob condições especiais, de
planos e seguros de saúde antigos
à legislação atual.
Em dezembro de 2003, o governo estabeleceu um plano de mudanças nesses contratos antigos
-que são os assinados antes de
1999. A intenção era concluir essa
mudança até o fim deste ano.
O prazo estabelecido para que o
consumidor respondesse, por
exemplo, a proposta de adequação das empresas foi de 90 dias.
Em junho, a iniciativa foi suspensa por liminar da Justiça Federal em Pernambuco, que acolheu
o argumento, apresentado por
entidades de defesa de consumidores, de que o governo fazia propaganda enganosa sobre o programa. Anteontem, no entanto, o
STJ (Superior Tribunal de Justiça)
cassou a liminar, o que permite
que a agência volte a incentivar e
controlar a adequação.
O objetivo do Piac (Plano de Incentivo à Adaptação de Contratos) é fazer uma adequação em
massa, trazendo os 16 milhões de
usuários de planos antigos para a
atual legislação, que garante o
controle de preços pelo governo.
As condições especiais que as
empresas têm de oferecer para a
adequação, controladas pelo governo, são preço e carências melhores do que os ofertados para
quem entra em um plano agora.
Foram estabelecidas duas modalidades de adequação: a adaptação -que significa fazer aditivos ao contrato anterior, como
aumento de coberturas, com um
limite de reajuste de 25%- e a
migração, que é assinar um novo
contrato, só que com preços melhores do que os de mercado.
Além da revisão do cronograma, estão em discussão na ANS
novas regras para migração em
carteiras desequilibradas, em que
se gasta mais de 90% do arrecadado em mensalidades em assistência aos beneficiários.
Nessas carteiras, o governo diz
que foi surpreendido com preços
altíssimos praticados na migração
-aumentos de até 500%-, e a
maioria dos consumidores preferiu ficar no plano antigo. Mas os
antigos também tiveram aumentos, de até 85%, alvo de uma disputa judicial.
"Se houver uma modificação
profunda, imagino que seja necessária uma revisão para quem já
migrou", afirma André Luiz Lopes dos Santos, diretor de atendimento do Procon de São Paulo.
Também está em discussão o
índice próprio de reajuste para a
adaptação, previsto no Piac:
quando uma empresa considerasse o valores definidos pelo governo insuficientes, poderia solicitar um outro valor à agência.
(FABIANE LEITE)
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