São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2005

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Suspeito esperou filho estar seguro

DA REPORTAGEM LOCAL

Pai de um filho de 11 meses, mesma idade do bebê da família Yonekura poupado na chacina que vitimou cinco pessoas, o vigilante Ricardo Francisco dos Santos teria concordado em confessar sua participação no crime só depois de saber que sua própria família estava em segurança.
Segundo o delegado Luiz Fernando Lopes Teixeira, do DHPP, o vigilante só falou depois de saber que sua companheira e seu filho tinham saída da casa onde moravam, no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo.
Ele disse temer pela segurança dos dois, principalmente porque Celso Alencar dos Santos, apontado por Ricardo como o mentor do crime e autor das agressões, morava no mesmo bairro.
Ricardo residia na Vila Nova Curuçá, nas proximidades da família Yonekura, mas mudara para o Capão Redondo havia três anos, segundo a polícia.
O DHPP realizou ontem uma busca na casa do vigilante, mas não encontrou a arma usada no crime nem o dinheiro roubado. O único objeto apreendido foi um quadro pintado por Futaba Yonekura, matriarca da família. "Pode ter sido um presente dela para o Ricardo. Isso pode mostrar que havia uma relação afetiva entre as famílias, o que torna o crime ainda mais cruel", disse o delegado.
Segundo Teixeira, a frieza dos assassinos também é revelada por outros detalhes no local do crime. "Um dos bandidos, vendo que uma das vítimas, provavelmente morta, tinha um tênis mais novo, simplesmente tirou os seus tênis e calçou os novos. Abandonou os velhos ali mesmo", disse.
(GILMAR PENTEADO)


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