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CUPIDO NA ACADEMIA
Para a psicóloga Noely Montes Moraes, os tímidos valorizam demais a opinião dos outros
Timidez atinge 4 em cada 10 pessoas
da Reportagem Local
De cada dez pessoas, estima-se
que pelo menos quatro delas sofram com a timidez. O que não as
impede de tocar suas vidas, paquerar e casar. Estimativas
-sempre norte-americanas-
calculam que 92% das pessoas vivem uma situação de casamento
em algum momento da vida.
O problema -diz o professor
Ailton Amélio da Silva- é que os
tímidos têm as suas opções diminuídas. Não significa necessariamente que os tímidos são mais infelizes no casamento, mas é certo
que suas escolhas foram mais pobres e limitadas. "No mercado
amoroso, o tímido sai perdendo",
diz a psicóloga Noely Montes Moraes, da PUC de São Paulo.
A timidez resulta, especialmente, do meio em que a criança cresceu e de características de sua personalidade. "O tímido coloca um
peso muito grande na opinião das
outras pessoas", diz Noely.
Segundo ela, o tímido sofre da
"síndrome do holofote". Ao atravessar um salão de baile ou o corredor de um bar ou ser chamado
pelo chefe imagina que todos os
olhares estão sobre ele.
Para o behaviorista, como a
equipe do professor Silva, a timidez pode ser reduzida com treinamento e exposição. Já os junguianos, como a professora Noely,
procuram saber qual o sentido
dessa timidez.
O amor é míope
Silva costuma dizer que o amor
é míope, não cego. Quer dizer, as
pessoas apaixonadas podem não
enxergar tudo direitinho, mas o
lado racional do cérebro vigia todas as suas escolhas.
Apenas um exemplo: perguntadas sobre as características ou defeitos que impediriam totalmente
um relacionamento (veja quadro
ao lado), as pessoas citaram a arrogância, a prepotência e uma
grande diferença de idade. Defeito físico grave vem em sétimo lugar, e o machismo, em oitavo.
A lista certamente não reflete a
verdade, é apenas politicamente
correta. No fundo, quando as pessoas estão escolhendo um parceiro empregam filtros extremamente racionais e até cruéis. Na
grande maioria dos casos -dizem os especialistas- esses filtros ficam apenas no inconsciente. Uma espécie de vigia que o cérebro mantém sobre o coração.
(AURELIANO BIANCARELLI)
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