DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado criminalista Alberto Zacharias Toron, 42, contratado pelo ginecologista Miguel Abdalla, tio de Suzane Louise von Richthofen, 19, para acompanhar as investigações e futuramente auxiliar o Ministério Público na acusação dos irmãos Daniel, 21, e Cristian Cravinhos de Paula e Silva, 26, disse ontem que a atuação dele no caso não vai enfraquecer a acusação contra a garota.
"[Minha atuação] não alivia em nada. O Ministério Público vai exercer com total independência a acusação contra os três", disse Toron, após acompanhar pela manhã parte da reconstituição do assassinato do casal Manfred e Marísia vom Richthofen.
Anteontem, Walter Helmut Koessel, 84, tio do pai de Suzane, afirmou que a estudante "não merece advogado" pelo que fez com a família. Ele disse também que não perdoa a garota.
Para Toron, sua contratação não significa que Abdalla discorde de Koessel e esteja tentando eximir Suzane de qualquer culpa ou "facilitar" a defesa dela.
"Minha participação é simplesmente acessória, não significa que houve qualquer tipo de perdão por parte do dr. Abdalla."

Participação
De acordo com o advogado, o tio dela preferiu esperar para ter mais clara a participação da garota antes de ter um assistente de acusação também contra ela.
Suzane é ré confessa, lembrou o advogado. Ela pode ser julgada como uma das autoras do crime ao lado dos dois irmãos. Se forem processados por homicídios, os três irão a júri popular.
O criminalista é professor de direito penal da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), onde Suzane estava no primeiro ano do curso de direito.
Toron também é advogado do juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, acusado de liderar esquema de desvio de verbas, num total de R$ 169,5 milhões, destinadas às obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.


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