São Paulo, quinta, 15 de janeiro de 1998.



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Demitidos acusados de desviar R$ 2,3 mi

VANDECK SANTIAGO
da Agência Folha, em Maceió

Seis funcionários da Secretaria da Segurança Pública de Alagoas foram demitidos ontem pelo governador Manoel Gomes de Barros (PTB), acusados do desvio de R$ 2,3 milhões destinados à reforma de prédios de delegacias.
O líder do grupo, segundo o governo, era Eduardo Rodrigues Amaral, filho de José Azevedo de Amaral, secretário da Segurança Pública durante o governo de Divaldo Suruagy (1995-1997).
Eduardo ocupava o cargo de consultor para assuntos criminalísticos da Secretaria da Segurança Pública. O pai e o filho fazem parte do grupo político do ex-governador Suruagy (PMDB), afastado em julho de 97, após uma crise nas polícias Civil e Militar que resultou na intervenção do Exército no governo do Estado. Meses mais tarde, ainda no ano passado, Suruagy renunciou.
Entre os demitidos, estão ainda dois agentes da Polícia Civil, um escrivão e dois integrantes da Comissão de Licitação da Secretaria da Segurança Pública.
As demissões foram publicadas na edição de ontem do Diário Oficial do Estado.
As primeiras denúncias sobre o desvio das verbas foram feitas pelo deputado estadual Francisco Tenório (PSB), que é delegado. Segundo ele, Eduardo armou um "rede de irregularidades" na secretaria.
Em setembro de 97, o caso começou a ser investigado por uma comissão da Procuradoria-Geral do Estado. O relatório preparado pela comissão tem cerca de mil páginas e confirma as acusações feitas contra Eduardo e os outros cinco funcionários.
Um resumo do relatório foi entregue anteontem ao governador Barros, que então resolveu demitir os acusados. "O Estado vai encaminhar o caso à Justiça e tentar obter um ressarcimento do dinheiro desviado", disse o governador, que assumiu o cargo depois da saída de Suruagy, de quem era o vice.
Eduardo e seu pai disseram que só falam sobre o caso na próxima semana. Os outros cinco demitidos não foram localizados pela Agência Folha. Nenhum deles está preso.



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