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Para Pinotti, discriminação é antiética
da Reportagem Local
O professor José Aristodemo Pinotti acredita que a Justiça deverá
reconsiderar sua posição com relação à "dupla porta" quando a
ação for julgada em instâncias superiores.
"Considero antiético e inconcebível que se atenda pessoas de forma diferente num mesmo local
público", afirmou.
Pinotti, que é titular de ginecologia do Hospital das Clínicas,
disse que em seu departamento
nunca haverá "porta diferenciada". "Eu não conseguiria ensinar
dentro de um hospital que faz esse tipo de discriminação."
Além do argumento ético e moral, Pinotti alega que a participação do setor privado é "insignificante" diante dos gastos do HC.
Segundo seus dados, os pacientes
conveniados representam apenas
3% do dinheiro que entra no hospital, considerando o pagamento
do SUS e os recursos do Tesouro
do Estado ali injetados. "Se o Instituto Central do Hospital das Clínicas atendesse apenas 10% mais
de pacientes do SUS, já cobriria
esses 3% sem ter que lançar mão
de discriminações."
Para ele, existe uma "enorme
demanda reprimida" de pacientes do SUS que o HC teria condições de atender. "Não tenho nada
contra os convênios. Mas os
doentes conveniados têm a opção
de procurar o Einstein, o Sírio, a
Beneficência, enquanto a maioria
dos pacientes do SUS só conta
com o Hospital das Clínicas como
centro de referência."
O deputado estadual Roberto
Gouveia (PT), que na época comemorou a representação do Ministério Público como um ato de
"respeito à ética e à cidadania", é
autor de um projeto de emenda
constitucional que obriga Estados
e municípios a investirem em
saúde um mínimo de 10% de seus
orçamentos. Com esses valores, o
dinheiro da "segunda porta" não
seria necessário.
Para o Estado, o recurso extra
permite a manutenção de profissionais atraídos por uma complementação salarial.
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