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REMÉDIOS
Fiocruz faz análise para avaliar custos de produção e comparar preços de medicamentos no mercado
CPI investiga planilhas de laboratórios
Fabio Seixo/"O Globo"
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Deputados da CPI dos Medicamentos durante visita ao Far-Manguinhos, o laboratório produtor de medicamentos da Fiocruz |
da Sucursal do Rio
A CPI dos Medicamentos vai
comparar planilhas de custos de
remédios para descobrir se são
cobrados preços abusivos no
mercado.
Deputados que integram a CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) estiveram ontem no Rio
de Janeiro e solicitaram ao Far-Manguinhos, o laboratório produtor de medicamentos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz),
que faça uma planilha de custos
de 20 a 40 remédios comercializados no mercado nacional.
As planilhas serão comparadas,
pelos deputados, com as que devem ser apresentadas pelos laboratórios privados à CPI.
O objetivo é checar a veracidade
dos argumentos apresentados pelas empresas para a prática de
preços considerados "abusivos"
desses produtos. Os medicamentos incluídos na lista ainda serão
definidos.
O presidente da CPI, Nelson
Marchezan (PSDB/RS), disse que
as planilhas vão revelar o "custo
real" dos medicamentos.
No caso do remédio Captropil,
o Far-Manguinhos detectou um
preço 1.043% superior no medicamento fabricado por laboratórios privados ao custo apurado
pelo laboratório público.
Em reunião com o presidente
do INPI (Instituto Nacional de
Propriedade Industrial), José
Graça Aranha, os deputados solicitaram maior agilidade na apuração dos contratos de patentes
de medicamentos.
Após obter a patente de determinado medicamento, o laboratório tem o direito de fabricá-lo
com exclusividade por 20 anos.
Depois desse período, a fórmula
patenteada cai no domínio público e outros laboratórios podem
fabricar genéricos (medicamentos idênticos).
Com o atraso na aprovação das
patentes, os laboratórios, que comercializam os remédios enquanto aguardam a aprovação,
ganham mais tempo de exclusividade. O governo fica sem a alternativa dos genéricos no mercado.
Ainda como iniciativa para
combater os aumentos de preços,
a SDE (Secretaria de Direito Econômico) acionou, na última sexta-feira, com base na lei de defesa
do consumidor, 47 laboratórios
acusados pela CPI de praticar aumentos abusivos nos preços dos
remédios. Eles reajustaram os
preços em índices acima de 60%,
entre agosto de 94 e junho do ano
passado.
A Secretaria havia acionado esses laboratórios, por meio do
"Diário Oficial", no último dia 3,
em processo que poderá ser decidido pelo Cade. No final da semana passada, a SDE foi além, incluindo todos na legislação que
protege o consumidor.
A diferença é que, no âmbito da
lei do consumidor, o processo
corre de forma acelerada.
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