São Paulo, terça-feira, 15 de fevereiro de 2000


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QUEDA-DE-BRAÇO
Prefeito pede fim do "bate-boca" e da "insegurança" e convida o governador a "salvar São Paulo"
Pitta exibe cartaz com crítica a Covas

JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local

O novo capítulo do embate político entre Celso Pitta (PTN) e Mário Covas (PSDB) contou ontem com um cartaz feito e exibido pelo próprio prefeito contra o governador. No cartaz, Pitta sugere que Covas não resolve os problemas de segurança de São Paulo. Apenas parte para o bate-boca.
A assessoria de imprensa do governador informou ontem que Covas não comentaria as declarações e o cartaz de Pitta.
Além de atacar Covas, o prefeito se apresentou como o político que vai "arregaçar as mangas" para solucionar o problema de segurança da cidade. Para conseguir isso, ele defende a atuação conjunta da prefeitura e do Estado.
"Chega de bate-boca. Chega de insegurança. Governador Covas vamos salvar São Paulo", diz o cartaz, exibido por Pitta durante uma entrevista na prefeitura, após a cerimônia de posse do Conselho Municipal do Idoso.
Foi uma resposta de Pitta a uma declaração feita anteontem pelo governador. Na declaração, Covas atribui a ocorrência de chacinas na cidade à falta de lazer.
"A segurança melhora também com outras coisas. Não vejo uma quadra de esporte sendo feita, não vejo um instituto de lazer. Quando a molecada sai na rua à noite e faz besteira é porque não tem outra coisa para fazer", disse.
A declaração foi dada pelo governador ao ser questionado sobre a morte de três pessoas no Jardim Pantanal (zonal sul de SP) anteontem.
Essa foi a 15ª chacina do ano na cidade, que elevou para 53 o número de vítimas desse tipo de crime este ano. Na chacina de anteontem, dois adolescentes e um rapaz de 28 anos foram mortos.

Histórico
O embate entre Covas e Pitta se acirrou no aniversário de São Paulo, em 25 de janeiro. Eles vinham trocando acusações sobre quem deveria tomar medidas para evitar os protestos de perueiros, os transtornos como ônibus queimados e conflitos.
Na semana passada, a briga foi amenizada pelos dois, depois de uma acordo em que ficou acertada a colaboração da Polícia Militar nas blitze feitas contra perueiros clandestinos. Agora, o embate volta a ocorrer e envolve o mesmo assunto: segurança.
A Folha apurou que o tema foi escolhido para mudar a imagem do prefeito e viabilizar sua possível reeleição. Pitta nega (leia texto nesta página).
Pesquisa Datafolha feita no último dia 10 mostra que 68% dos entrevistados consideram ruim ou péssimo o desempenho de Pitta. Cerca de um quarto dos pesquisados (24%) considera seu governo regular e apenas 7% vêem em Pitta um bom prefeito.


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