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UNIVERSIDADE
A Fundação São Paulo terá agora 2 representantes na Secretaria Executiva da faculdade e dará a palavra final nas decisões
Igreja Católica tira poderes da reitora da PUC
DA REPORTAGEM LOCAL
A Igreja Católica retirou poderes da reitora da PUC-SP, Maura
Véras. A medida foi tomada porque Véras não conseguiu acabar
com o déficit mensal de R$ 4 milhões da universidade.
A Fundação São Paulo, que é a
mantenedora da PUC e tem dom
Cláudio Hummes no principal
cargo, alterou a formação da Secretaria Executiva, órgão responsável pela gestão da universidade.
Até a semana passada, a secretaria era formada pela reitora e por
um representante da fundação.
Agora, será formada pela reitora e
por dois membros ligados à Igreja
-com isso, em temas polêmicos,
Véras poderá ser voto vencido.
Véras enviou carta aos professores explicando a situação. Nela,
deixa claro que a fundação será a
responsável pelo enxugamento final das contas -sob o comando
de Véras, o corte mensal chegou a
R$ 3,1 milhões (78% da meta).
"O esforço, que exigiu sacrifícios de todos os setores, apesar de
inédito e muito significativo, não
foi suficiente. Com isso, não foi
possível responder às exigências
de nossos credores nos prazos e
nos montantes estipulados", diz.
A reitora, que afirma que não irá
renunciar, se refere aos bancos
Bradesco e ABN Amro, a quem a
PUC deve R$ 82 milhões.
Até agora, houve o anúncio de
268 demissões, entre professores
e funcionários. Segundo a Folha
apurou, a Fundação São Paulo negocia com os bancos um novo
empréstimo, para que a indenização desses profissionais seja paga.
Neste momento, a PUC não tem
dinheiro em caixa, o que vem causando atrasos nos salários.
Para a PUC, a nova composição
da Secretaria Executiva não é uma
intervenção porque a fundação
ainda não anunciou como serão
as atividades do órgão. Mas a medida já gerou protestos.
"A decisão quebrou a autonomia e o processo democrático na
universidade", afirmou o diretor
da Apropuc (associação dos docentes), Erson de Oliveira. A entidade, além de representantes dos
estudantes e de funcionários, se
reúnem amanhã para discutir a
situação da instituição.
O temor na universidade é com
a forma com que os novos cortes
serão feitos - dificilmente não
haverá mais demissões.
A reportagem tentou contato
com a Fundação São Paulo ontem, mas não conseguiu retorno.
Devido à crise financeira, o início das aulas, previsto para a última segunda-feira, foi adiado para
2 de março. Por conta das demissões, não foi possível fazer a distribuição da carga horária entre
os professores.
(FÁBIO TAKAHASHI)
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