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Câmara não irá priorizar projeto que proíbe bloqueio de verbas da segurança
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara dos
Deputados, Arlindo Chinaglia
(PT-SP), sinalizou ontem que
não dará prioridade ao primeiro projeto de lei aprovado pelo
Senado na recente mobilização
do Congresso em torno da segurança pública. Anteontem,
os senadores votaram pela
proibição do bloqueio de verbas para a segurança pública.
"Vamos analisar tudo o que
vier do Senado, mas vamos analisar com a responsabilidade
que a Casa tem. Aqui está a representação popular. O que
vier, vamos procurar aperfeiçoar", afirmou Chinaglia. Para
entrar em vigor, o projeto de lei
tem que ser aprovado sem modificação pela Câmara e ser
sancionado pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Nos bastidores, deputados
governistas trabalham para
que o projeto, de autoria do
PSDB, mofe nos arquivos. A
aprovação no Senado só ocorreu sem resistência governista
porque ninguém quis assumir o
desgaste diante da repercussão
da morte de João Hélio.
Na Câmara, para que um projeto ande pelas comissões e seja
incluído na pauta de votações
do plenário é necessário o empenho político das principais lideranças partidárias.
Em maio do ano passado, o
Senado aprovou 13 projetos na
área de segurança -entre eles o
que dobra de um para dois anos
o tempo em que um preso pode
ser mantido em regime de isolamento- em resposta aos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), em São
Paulo. Nenhum deles foi votado ainda pela Câmara.
O projeto de lei aprovado anteontem no Senado diz que, para o bloqueio dos recursos (o
chamado "contingenciamento", usado anualmente pelo governo para tentar manter o
equilíbrio das contas) só ocorrerá em casos excepcionais,
com aprovação pelo Congresso.
A demora da Câmara dos Deputados em aperfeiçoar a legislação penal se deve à "complexidade e à polêmica" envolvidas nas matérias. Desde 2004,
o governo aguarda a aprovação
de quatro projetos, enviados ao
Congresso como parte da reforma do Judiciário. Elas eliminavam recursos protelatórios,
questionamento de provas,
adiamentos de julgamentos entre outros pontos para tornar
os julgamentos mais rápidos.
A avaliação foi feita ontem
pelo secretário de Reforma do
Judiciário, Pierpaolo Bottini,
indicado pelo Ministério da
Justiça como seu porta-voz sobre as mudanças de legislação
para o combate à violência.
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