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SEQUESTRO DE DINIZ 2
Decisão foi tomada pelo secretário da Administração Penitenciária; parlamentares foram à prisão ontem
Presos devem ser mandados a enfermaria
da Reportagem Local
Os sequestradores do empresário Abílio Diniz devem começar a
ser transferidos hoje de suas celas
para as enfermarias das penitenciárias feminina e masculina do
complexo do Carandiru (zona
norte de São Paulo).
A decisão foi tomada pelo secretário da Administração Penitenciária, João Benedicto de Azevedo
Marques. Ele recebeu ontem uma
comissão de parlamentares do PT
e do PCdoB e de membros do comitê de apoio aos sequestradores
que pediu que a greve de fome fosse acompanhada por médicos.
"O departamento médico das
prisões irá determinar quando os
sequestradores não poderão mais
ficar no convívio dos demais presos. Cada caso será analisado individualmente, pois cabe ao governo cuidar da saúde e da segurança
dos presos", disse o secretário.
Segundo ele, existem 14 médicos
na Penitenciária do Estado, que
abriga os oito homens presos pelo
sequestro, e quatro na penitenciária feminina, onde estão as duas
mulheres condenadas pelo crime.
Ontem os presos completaram
as primeiras 24 horas da declaração de greve de fome. O que mais
preocupa parlamentares e membros do comitê de apoio aos sequestradores é o estado de saúde
da chilena Maria Emília Marchi.
"Ela tem uma lesão pulmonar,
que é uma sequela da tortura a que
ela foi submetida após a sua prisão
no Brasil", disse Begoña Ojeda, 27,
filha de Maria Emília. Segundo ela,
sua mãe está disposta a ir até ao
fim na greve de fome.
Ela visitou a mãe ontem na penitenciária. "Ela estava com dor de
cabeça e com tontura", disse Begoña. Além dela, as presas também receberam a visita de uma comissão de cinco parlamentares de
oposição -três deputados estaduais e dois federais.
A visita durou duas horas. A partir de hoje, os sequestradores serão visitados todos os dias por um
dos deputados da comissão.
Homens
Os oito sequestradores presos na
Penitenciária do Estado foram visitados pelo advogado que os defende, Iberê Bandeira de Melo. Segundo ele, todos estão bem dispostos e "firmes no propósito" de
continuar a greve de fome.
Durante a reunião da comissão
com o secretário, também ficou
decidido que os familiares dos sequestradores teriam direito a um
dia extra de visita aos presos por
semana, pois são estrangeiros que
dificilmente vêm ao Brasil.
O Comitê Pela Libertação dos
Presos Políticos Internacionalistas
divulgou ontem mais um comunicado dos presos assinado pelos canadenses Christine Gwen Lamont
e David Robert Spencer.
Eles recusaram por escrito a proposta do governo brasileiro de repatriá-los para o Canadá, onde
cumpririam o resto da pena.
(MG)
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