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Familiares se reúnem com dom Paulo
da Reportagem Local
O arcebispo de São Paulo, dom
Paulo Evaristo Arns, se reuniu ontem à tarde com os familiares das
duas sequestradoras do empresário Abílio Diniz e com membros
do comitê que pede a libertação
dos presos.
A reunião aconteceu na sede da
Cúria Metropolitana, na rua Higienópolis, em Higienópolis (região central de São Paulo), e durou
cerca de 20 minutos.
Nela, os familiares entregaram
ao religioso cópias dos três manifestos divulgados pelos sequestradores desde o início da greve de
fome dos dez presos.
Dom Paulo não quis dar entrevista sobre o caso. "Ele vai analisar
os documentos e, só então, decidirá se irá ou não tomar uma posição sobre o caso", disse Breno Altman, porta-voz do comitê de
apoio aos sequestradores.
Além dele estiveram com o arcebispo de São Paulo a atriz Elizabeth Lamont, irmã da canadense
Christine Lamont, Begoña Ojeda,
filha da chilena Maria Emília Marchi. Maria Emília estava acompanhada pelo marido, o artista plástico Gustavo Serra, 31, e pela filha
do casal, Raien, de três meses.
"O governo só assinou o tratado
com o Canadá para tentar parar a
greve de fome. Minha mãe não irá
ceder, ela não vai parar a greve enquanto não for assinado o decreto
de expulsão dos presos", afirmou
Begoña ao deixar a cúria.
Antropóloga, ela é filha do primeiro casamento de Maria Emília.
Seu pai morreu ao enfrentar a polícia chilena em Santiago (Chile)
no dia do golpe militar que derrubou o governo do socialista Salvador Allende, em setembro de 1973.
A exemplo de sua mãe, seu pai
era membro do MIR (Movimento
da Esquerda Revolucionária).
"Minha mãe sempre teve uma vida
de militância política", disse .
Familiares
Segundo Begoña, os familiares
dos sequestradores pretendem começar greves de fome no Chile e
na Argentina em apoio ao movimentos dos presos.
"Só não irei participar da greve
porque tenho que amamentar minha filha pequena", afirmou. Begoña mora em Montevidéu (Uruguai), onde reside seu irmão Marco De Toro, 19, filho do segundo
casamento de Maria Emília.
"Queremos uma solução para
todos os presos, que é a expulsão
dos estrangeiros e o indulto ao
brasileiro", disse.
Essa é a mesma opinião de Elizabeth Lamont. "Minha irmã (Christine) poderia aceitar o tratado,
mas ela decidiu não deixar os camaradas que arriscaram suas vidas junto com ela em defesa da
guerrilha de El Salvador", disse.
Ela afirmou que sua irmã pertencia às Forças Populares de Libertação, um dos grupos que
compunham a Frente Farabundo
Martí de Libertação Nacional, a
antiga guerrilha salvadorenha.
(MG)
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