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SEGURANÇA
Anteprojeto, que ainda precisa ser aprovado, acaba com exigência de permissão para casar
PM mineira conclui novo regimento
FÁBIA PRATES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Uma comissão composta por
oficiais e representantes de soldados, cabos, sargentos e subtenentes da Polícia Militar mineira concluiu na semana passada o anteprojeto que vai alterar o regimento
disciplinar da corporação.
Entre as mudanças propostas está, por exemplo, a diminuição das
punições de militares infratores e
participação de não-oficiais nos
conselhos de disciplinas.
Segundo o assessor de comunicação da PM mineira, tenente-coronel Rúbio Paulino Coelho, o anteprojeto propõe que o conselho
de disciplina, que antes era formado por três oficiais, tenha também
participação dos não-oficiais, um
sargento ou um subtenente, para
julgar soldados e cabos.
O conselho de disciplina julga os
policiais que cometem crime e estabelece as punições.
Militares com menos de cinco
anos de trabalho que cometerem
faltas graves terão o direito de defesa ampliado. Hoje, eles são expulsos em processos sumários.
O tempo máximo de prisão para
militares que cometam faltas graves será reduzido de 30 para 20
dias. E quando o período de prisão
for de até três dias, os não-oficiais
poderão cumpri-la em casa e não
necessariamente nos quartéis. Esse privilégio, no atual regimento, é
limitado aos oficiais.
O anteprojeto que mudará o
atual regimento põe fim também a
uma exigência considerada absurda pelos policiais: pedir autorização ao comando para se casar.
Para entrar em vigor, as mudanças precisam ser aprovadas pelo
Comando da PM, que já analisa as
sugestões, e submetidas ao governador Eduardo Azeredo (PSDB).
Participação
A mudança no regimento disciplinar foi uma das reivindicações
dos policiais durante greve que
parou a Polícia Militar mineira em
junho do ano passado.
Segundo o assessor da PM, as
mudanças já vinham sendo discutidas antes do protesto -"há mais
de dois anos", disse.
Uma consequência direta do
protesto, segundo ele, foi a presença dos praças na comissão que
discutiu as mudanças. A comissão, composta por 15 pessoas, teve, além de oficiais da ativa, representantes da Associação de Sargentos e Subtenentes, do Clube de
Cabos e Soldados, do Clube dos
Oficiais e dos policiais da reserva.
"O regimento vai evoluir muito.
Vai ser mais democrático e mais
humano", disse o tenente-coronel
Rúbio Coelho.
Segundo o subtenente Weliton
de Jesus, presidente da Associação
de Sargentos, a participação dos
não-oficiais na elaboração do anteprojeto e a proposta de eles participarem dos conselhos de disciplina são as principais evoluções.
Para ele, o novo regulamento
ainda deixa a desejar por não permitir que a decisão dos conselhos
de disciplinas seja levada para o
Tribunal de Justiça Militar.
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