São Paulo, quarta, 15 de abril de 1998

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ENSINO
Segundo o sindicato, 76% do total de funcionários das 52 instituições no país aderiram à paralisação
Aumenta adesão à greve nas universidades

da Agência Folha

A greve dos professores das universidades federais iniciada no último dia 31 teve ontem grande adesão de servidores técnico-administrativos das instituições federais de ensino superior.
Segundo a Fasubra (federação dos sindicatos dos servidores), houve adesão dos servidores em 24 das 52 instituições, o que equivale a 76% do total de funcionários.
A greve dos servidores da UFBA (Universidade Federal da Bahia) paralisou parcialmente o Hospital das Clínicas -maior unidade de atendimento médico da instituição.
Segundo a Assufba (Associação dos Servidores da UFBA), o Hospital das Clínicas é procurado por cerca de mil pessoas diariamente.
"Vamos manter a greve até que o governo federal decida negociar", disse o coordenador-geral da associação, Vicente José de Lima Neto.
Ontem à tarde, mulheres em trabalho de parto e crianças com graves problemas de saúde estavam sendo atendidas nas duas unidades.
As principais reivindicações dos servidores são iguais às dos professores em greve.
As categorias querem 48,65% de reajuste salarial, abertura de novas vagas e realização de concurso público.
A greve também continua recebendo adesão de professores de novas instituições.
A Unifesp (Universidade Federal Paulista) está realizando, entre ontem em hoje, uma paralisação de 48h (leia texto abaixo).
Os professores e estudantes da UFC (Universidade Federal do Ceará) entraram ontem em greve por tempo indeterminado. A adesão contou com o apoio de 208 dos 235 professores.
A falta de verbas para custeio na universidade provocou o fechamento do restaurante universitário, laboratórios e a emergência do hospital universitário.
Os professores da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) também aderiram à greve.
Segundo a Adufepe (Associação dos Docentes da UFPE), cerca de 80% dos 1.600 professores aderiram à paralisação. A greve não atingiu os departamentos de saúde, que mantiveram o atendimento gratuito à comunidade.
O reitor da UFPE, Mozart Neves Ramos, afirmou que não tinha condições, ontem, de avaliar o grau de adesão à greve.
"Vamos apresentar uma alternativa ao PID (Plano de Incentivo à Docência) e o governo já autorizou a contratação, por concurso, de 72 professores", disse. A UFPE, afirmou, tem um déficit de cerca de 300 professores.
O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, disse que, no momento, não há condições de conceder o reajuste reivindicado pelos professores e funcionários.



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