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Defesa quer exumar
corpo de Evandro
FERNANDO MENDONÇA
da Agência Folha, em Curitiba
O legista Badan Palhares, da
Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas), poderá ser chamado para examinar os restos mortais do corpo identificado como
sendo do menino Evandro Ramos
Caetano, assassinado há seis anos
em Guaratuba (litoral do Paraná).
A exigência foi cogitada pelos
advogados de defesa de Celina
Cordeiro Abagge, 59, e de sua filha, Beatriz Cordeiro Abagge, 34,
acusadas de terem participado da
morte de Evandro durante um suposto ritual macabro ocorrido em
abril de 1992.
Os advogados acreditam que o
corpo encontrado mutilado e sepultado é de outra criança.
O pedido da defesa foi feito depois do depoimento da dentista
Beatriz França, do IML (Instituto
Médico Legal) de Curitiba.
Ela foi interrogada durante três
dias pelos advogados da acusação
e da defesa.
Beatriz França -quarta testemunha a depor- afirmou não ter
dúvidas de que o corpo enterrado
em Guaratuba é de Evandro.
Para a dentista , todas as características da arcada dentária examinada no Instituto Médico Legal
conferiram com a ficha odontológica do menino.
O promotor Celso Ribas disse
acreditar que o pedido de exumação dos restos mortais de Evandro
não passa de uma das técnicas dos
advogados da defesa para confundir e implantar a dúvida entre o
corpo de jurados.
Ribas afirmou também que os
restos mortais, hoje identificados
como sendo de Evandro, podem
ter sido trocados ou retirados, nos
últimos seis anos, para beneficiar
os acusados.
Para ele, a exumação não é necessária porque o IML de Curitiba
tem o fêmur de Evandro, e exames
de DNA confirmaram que os restos são dele.
A convocação de Badan Palhares
só deverá ocorrer se for acatada
pela juíza Marcelise Weber Lorite
e pelos jurados.
Os oito advogados de defesa não
se definiram ainda se haverá necessidade de chamar o legista da
Unicamp.
O julgamento de Celina e Beatriz
Abagge está no 24º dia -começou
no último dia 23 de março. Das 26
testemunhas arroladas no processo, apenas seis depuseram no Fórum de São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba).
Além de mãe e filha, cinco homens são acusados pela morte de
Evandro.
O julgamento dos demais acusados será iniciado somente quando
Celina e Beatriz tiverem recebido o
veredicto.
Se forem consideradas culpadas
por quatro dos sete jurados, as
duas poderão ser condenadas a até
51 anos de detenção.
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