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BAHIA
Comissão chega a Porto Seguro para apurar denúncias
MANUELA MARTINEZ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Enviada pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, uma comissão da CGU (Controladoria Geral
da União) chegou ontem a Porto
Seguro (BA) para apurar denúncias de corrupção envolvendo a
prefeitura e o jornal "O Diário".
Segundo o Ministério Público, foram desviados R$ 50 milhões em
verbas estaduais e federais.
A força-tarefa investigará a aplicação de mais de R$ 100 milhões
repassados pela União nos dois
últimos anos. O prefeito Ubaldino
Júnior (PFL) pediu afastamento
por 30 dias. Os secretários Uldorico Pinto (Saúde) e Esmeralice de
Assis (Educação) renunciaram.
Ubaldino Júnior nega irregularidades nas licitações e diz que há
condenação prévia. "Quando o
próprio presidente fala com referência a Porto Seguro no lançamento do projeto de combate à
corrupção, é quase uma condenação antecipada. É como se eu não
tivesse direito de me defender."
O vice-prefeito, Ubiratan Bittencourt (PSDC), disse que ficou
surpreso com as denúncias. "Estamos abertos a qualquer esclarecimento que seja pedido. Se há
culpados, eles serão punidos."
Outras cidades
Outras duas cidades baianas vivem denúncias de improbidade
administrativa. Em Cansanção,
José Zito Góes (PL) foi afastado
após denúncias de estelionato e
improbidade administrativa. Ele
se negou a conceder entrevista.
Entre as denúncias está o uso de
R$ 135 mil, enviados pela União
para o ensino fundamental, para
quitar gastos pessoais do prefeito.
Um cofre onde havia verba federal de R$ 38.200 para pagamento
de 1.500 crianças de programa
contra o trabalho infantil foi roubado. Os principais suspeitos são
o prefeito e Evaldo Pereira dos
Santos, tesoureiro da prefeitura.
Já em Mucuri, 2.000 pessoas saíram às ruas anteontem para protestar contra o prefeito Roberto
Carlos Figueiredo (PL). Segundo
a vice-prefeita, Zarifa Four
(PMN), ele não está na cidade. A
reportagem tentou, mas não conseguiu contato com Figueiredo.
Em dossiê enviado pelo líder do
PT na cidade, Luiz Carlos de Assis, à Promotoria, o prefeito é acusado de crime eleitoral, obras superfaturadas, desvio de verba, pagamento de funcionários fantasmas e licitações irregulares. Em
96, Assis renunciou ao cargo após
denúncias de irregularidades.
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