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São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2003

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BAHIA

Comissão chega a Porto Seguro para apurar denúncias

MANUELA MARTINEZ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma comissão da CGU (Controladoria Geral da União) chegou ontem a Porto Seguro (BA) para apurar denúncias de corrupção envolvendo a prefeitura e o jornal "O Diário". Segundo o Ministério Público, foram desviados R$ 50 milhões em verbas estaduais e federais.
A força-tarefa investigará a aplicação de mais de R$ 100 milhões repassados pela União nos dois últimos anos. O prefeito Ubaldino Júnior (PFL) pediu afastamento por 30 dias. Os secretários Uldorico Pinto (Saúde) e Esmeralice de Assis (Educação) renunciaram.
Ubaldino Júnior nega irregularidades nas licitações e diz que há condenação prévia. "Quando o próprio presidente fala com referência a Porto Seguro no lançamento do projeto de combate à corrupção, é quase uma condenação antecipada. É como se eu não tivesse direito de me defender."
O vice-prefeito, Ubiratan Bittencourt (PSDC), disse que ficou surpreso com as denúncias. "Estamos abertos a qualquer esclarecimento que seja pedido. Se há culpados, eles serão punidos."

Outras cidades
Outras duas cidades baianas vivem denúncias de improbidade administrativa. Em Cansanção, José Zito Góes (PL) foi afastado após denúncias de estelionato e improbidade administrativa. Ele se negou a conceder entrevista.
Entre as denúncias está o uso de R$ 135 mil, enviados pela União para o ensino fundamental, para quitar gastos pessoais do prefeito. Um cofre onde havia verba federal de R$ 38.200 para pagamento de 1.500 crianças de programa contra o trabalho infantil foi roubado. Os principais suspeitos são o prefeito e Evaldo Pereira dos Santos, tesoureiro da prefeitura.
Já em Mucuri, 2.000 pessoas saíram às ruas anteontem para protestar contra o prefeito Roberto Carlos Figueiredo (PL). Segundo a vice-prefeita, Zarifa Four (PMN), ele não está na cidade. A reportagem tentou, mas não conseguiu contato com Figueiredo.
Em dossiê enviado pelo líder do PT na cidade, Luiz Carlos de Assis, à Promotoria, o prefeito é acusado de crime eleitoral, obras superfaturadas, desvio de verba, pagamento de funcionários fantasmas e licitações irregulares. Em 96, Assis renunciou ao cargo após denúncias de irregularidades.


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