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Outro lado
Prefeitura nega desvio e culpa burocracia
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário municipal
de Assistência e Desenvolvimento Social, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, admite que houve problemas
no programa, mas de ordem burocrática, e não de
desvio de verbas públicas.
"Não havia necessidade
de bloquear os recursos.
Podemos esclarecer e estamos esclarecendo todos
os pontos. E a prestação final de contas é só em setembro", disse. Costa, que
é promotor de Justiça,
afirmou que a prefeitura
devolverá todos os recursos não utilizados.
"Há um compromisso,
firmado em Brasília pelo
secretário Clóvis Carvalho
[Governo] de devolução.
Inclusive, o pedido inicial
do governo federal era que
a devolução fosse de cerca
de R$ 4 milhões, referentes à verba de alimentação
que não utilizamos. Nós
mesmos, ao reavaliar a
meta de jovens atendidos,
aumentamos a devolução
para R$ 14 milhões. Mas só
conseguiremos fazer isso
quando a conta for desbloqueada", afirmou.
Costa diz que os recursos não utilizados pela
prefeitura não saíram da
conta bancária referente
ao programa.
O secretário diz que um
dos problemas de ordem
burocráticas ocorreu justamente na negociação para o pagamento dos R$ 4
milhões. Isso porque a
prefeitura teria até o final
de fevereiro para devolver
a quantia. Foi durante o
prazo estipulado para essa
devolução, porém, que a
prefeitura decidiu aumentar o valor devolvido.
"Entendemos que, como estávamos negociando
o novo valor diretamente
com o FNDE, o prazo não
valeria. Houve uma confusão, e o Ministério Público
entendeu que não cumprimos o prazo."
Sobre a acusação de que
houve pagamentos a
ONGs sem que o serviço
tivesse sido prestado, a secretaria diz que houve
apenas dificuldade em
apresentar a documentação, mas que os serviços
(como capacitação de educadores) foram feitos.
Com relação ao não-atendimento da meta,
Costa disse que alguns
conceitos do programa desestimularam os jovens.
"Uma bolsa de R$ 100, que
pode parecer bastante
num primeiro momento, é
baixa para uma cidade
com um custo de vida como São Paulo. Além disso,
como a cidade é muito
grande, há dificuldade de
os alunos chegarem aos locais de aula."
Outro fator que atrasou
os procedimentos, diz
Costa, foi a mudança do titular da pasta, que ocorreu
no início de abril.
O ex-secretário Floriano Pesaro, que assinou o
convênio do Projovem, solicitou à reportagem que
procurasse Costa para os
posicionamentos sobre o
assunto. Ele disse apenas
que há "explicações técnicas para todos os pontos
citados".
(FT)
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