São Paulo, terça-feira, 15 de junho de 2004

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SAÚDE

Servidores decidiram encerrar greve e aguardar proposta do governo; médicos do HC de Ribeirão Preto mantêm paralisação

Hospitais não retomam atendimento em SP

DO "AGORA"

No primeiro dia útil depois que os funcionários estaduais da saúde decidiram encerrar a greve iniciada em 10 de maio, os hospitais do Estado registraram ontem pouco movimento e atendimento precário. Em algumas unidades, como o Hospital Geral de Guaianazes, na zona leste da capital, e o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (314 km de SP), o serviço continuou igual ao da semana passada: só emergências e pacientes já internados foram atendidos.
A aposentada Penha Gomes da Silva, 57, não conseguiu atendimento no hospital de Guaianazes. Há dois meses ela marcou uma consulta, agendada para ontem, com um cirurgião vascular. "Fiquei sabendo do fim da greve e achei que seria atendida. Mas o jeito é voltar para casa", lamentou. Ela foi orientada por funcionários do hospital a retornar amanhã e tentar remarcar a consulta.
O pedreiro Eurides Navarque, 66, faltou ao serviço para ir ao ortopedista, mas também perdeu a viagem. "Vou ter de voltar."
Já no Hospital do Servidor Público Estadual e no Hospital Brigadeiro, ambos na capital, o atendimento foi normal. "Meu filho é hemofílico e foi atendido normalmente, até pegou remédios para levar para casa", contou o comerciante Antônio Fonseca, 59.
A assembléia em que a categoria optou pelo fim da greve, na última quarta-feira, definiu que os servidores ficam até amanhã em estado de greve. É um período de transição para reorganizarem os procedimentos médicos, retomando o serviço gradativamente. A categoria reivindica 30% de aumento salarial, mas aceitou voltar ao trabalho e aguardar uma proposta do governo estadual, que será anunciada hoje, durante reunião de conciliação no TST (Tribunal Superior do Trabalho).
Os servidores discutem em nova assembléia amanhã, às 10h, se retomam ou não a greve.

Médicos mantêm greve
Os médicos-assistentes do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto decidiram em assembléia ontem manter a greve. Na assembléia dos servidores, o clima foi tenso, pois médicos e funcionários foram contra a suspensão.
Segundo Ulysses Strogoff de Matos, diretor da AMAHC (Associação dos Médicos-Assistentes do HC), os médicos só voltam a trabalhar se o governo apresentar uma proposta "real" de reajuste.
A presidente da Associação dos Servidores do HC, Aimar Lúcia Maria Finotti, diz que os servidores trabalharão hoje, mas nem todos os pacientes devem ser atendidos -há demanda acumulada.


Colaborou Regionais


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