|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
27% não seguem o tratamento de Aids
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Dos 140 mil pacientes com Aids
que recebem o coquetel de medicamentos, 73% estão utilizando o
remédio corretamente. Ou seja,
nos três dias que antecederam à
pesquisa, eles tomaram pelo menos 95% dos comprimidos que fazem parte do tratamento.
Os dados se equivalem aos de
países do Primeiro Mundo, mas
"não quer dizer que sejam os
ideais", diz Maria Ines Battistella
Nemes, pesquisadora do Departamento de Medicina Preventiva
da Faculdade de Medicina da
USP, órgão que executou o estudo. Os 27% que não seguem o tratamento (37.800) podem gerar vírus mais resistentes, que poderão
infectar outras pessoas com
maior poder de agressividade.
Alexandre Grangeiro, do Programa Nacional de DST/Aids (órgão do ministério que patrocinou
a pesquisa), disse que o "Brasil
não corre maior risco de retomada da epidemia que qualquer outro país desenvolvido". "Quando
o Brasil passou a oferecer medicamento para todos, a grande crítica
que se fazia é que a não-adesão levaria ao surgimento de um supervírus. Estamos provando o contrário no momento em que o
mundo discute o acesso aos medicamentos por grandes populações. Mesmo aqueles que não
aderem ao tratamento estão se
prevenindo, o que resulta numa
taxa baixa de vírus resistente."
Para ele, o problema é que, ao
não tomar o remédio, o paciente
tem menor sobrevida, está mais
sujeito a infecções oportunistas e
usa mais os serviços de saúde.
Os pesquisadores entrevistaram
1.972 pacientes sorteados em 322
serviços de saúde de sete Estados
(CE, MA, MS, PA, RJ, RS e SP).
Texto Anterior: Governo faz balanço do Farmácia Popular Próximo Texto: Fiocruz quer comprar fábrica no Rio Índice
|