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CONSUMIDOR
Ministério Público determinou que postos abram com ao menos 30% dos funcionários, que pedem abono de R$ 2.400
Sem acordo, Procon de SP mantém greve
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
RENATA BAPTISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os funcionários do Procon de
São Paulo não entraram em acordo com a diretoria do órgão na
audiência realizada ontem, na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), e decidiram manter
a greve iniciada na última quarta-feira. Segundo determinação da
Procuradoria do MPT, os postos
de atendimento devem funcionar
com pelo menos 30% do pessoal.
O diretor da Associação dos
Funcionários do Procon, César
Baldon, afirmou que a fundação
não aceitou pagar o abono de R$
2.400 reivindicado pela categoria.
Além disso, de acordo com ele,
dos 13 itens da pauta, o Procon só
aceitou fixar a data-base da categoria em agosto e estudar um reajuste salarial.
O secretário da Justiça, Hédio
Silva Júnior, diz esperar dialogar
com os grevistas hoje. "Estamos
dispostos a reajustar os salários,
mas queremos a volta imediata ao
trabalho."
"É triste. Meu problema vai se
prolongar ainda mais." Autor da
reclamação, o militar aposentado
Haroldo Moreira da Silva, 41, foi
uma das pessoas que se dirigiram
ontem à unidade do Procon no
Poupatempo Sé e encontraram
uma placa informando que os
serviços estavam suspensos por
tempo indeterminado.
Silva estava acompanhado da
mãe, Josefa, 80. Eles tentam pagar
suas dívidas com uma financeira,
mas não aceitam as condições impostas, o que motivou a ida ao
Procon. "Normalmente, isso já
demoraria uns seis meses. Com
essa greve...", afirmou o militar.
"Não sabia da paralisação", protestou o aposentado Araújo Souza
Lima, 50. Outra que reclamou foi
a auxiliar de escritório Adriana
Truvidis, 25. "Saí mais cedo do
serviço só para vir aqui", contou.
Ela quer fazer uma queixa contra
uma empresa de telefonia celular.
Por outro lado, a greve dos funcionários contou com o apoio de
alguns usuários. Mesmo sem
atendimento, após duas horas
dentro do ônibus, a copeira Maria
Aparecida Oliveira, 38, disse:
"Eles devem exigir os seus direitos", disse. "O ruim é que tive de
andar muito até chegar aqui", disse a moradora do bairro da Brasilândia, na zona norte da capital.
Ontem, só foram atendidos os
casos de retorno. No setor de triagem (atendimento inicial), apenas dois funcionários estavam
presente no horário da tarde -o
normal são seis.
A reportagem esteve no local às
15h, quando diariamente cem
pessoas esperam atendimento.
Ontem, eram cinco -estes se
consideravam sortudos. "Acho
que vai ser rápido", disse a estudante Uzeni Medeiros, 22. "Já
cheguei a ficar cinco horas esperando aqui. Hoje, devo ir embora
em meia hora."
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