São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2005

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CONSUMIDOR

Ministério Público determinou que postos abram com ao menos 30% dos funcionários, que pedem abono de R$ 2.400

Sem acordo, Procon de SP mantém greve

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

RENATA BAPTISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os funcionários do Procon de São Paulo não entraram em acordo com a diretoria do órgão na audiência realizada ontem, na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), e decidiram manter a greve iniciada na última quarta-feira. Segundo determinação da Procuradoria do MPT, os postos de atendimento devem funcionar com pelo menos 30% do pessoal.
O diretor da Associação dos Funcionários do Procon, César Baldon, afirmou que a fundação não aceitou pagar o abono de R$ 2.400 reivindicado pela categoria. Além disso, de acordo com ele, dos 13 itens da pauta, o Procon só aceitou fixar a data-base da categoria em agosto e estudar um reajuste salarial.
O secretário da Justiça, Hédio Silva Júnior, diz esperar dialogar com os grevistas hoje. "Estamos dispostos a reajustar os salários, mas queremos a volta imediata ao trabalho."
"É triste. Meu problema vai se prolongar ainda mais." Autor da reclamação, o militar aposentado Haroldo Moreira da Silva, 41, foi uma das pessoas que se dirigiram ontem à unidade do Procon no Poupatempo Sé e encontraram uma placa informando que os serviços estavam suspensos por tempo indeterminado.
Silva estava acompanhado da mãe, Josefa, 80. Eles tentam pagar suas dívidas com uma financeira, mas não aceitam as condições impostas, o que motivou a ida ao Procon. "Normalmente, isso já demoraria uns seis meses. Com essa greve...", afirmou o militar.
"Não sabia da paralisação", protestou o aposentado Araújo Souza Lima, 50. Outra que reclamou foi a auxiliar de escritório Adriana Truvidis, 25. "Saí mais cedo do serviço só para vir aqui", contou. Ela quer fazer uma queixa contra uma empresa de telefonia celular.
Por outro lado, a greve dos funcionários contou com o apoio de alguns usuários. Mesmo sem atendimento, após duas horas dentro do ônibus, a copeira Maria Aparecida Oliveira, 38, disse: "Eles devem exigir os seus direitos", disse. "O ruim é que tive de andar muito até chegar aqui", disse a moradora do bairro da Brasilândia, na zona norte da capital.
Ontem, só foram atendidos os casos de retorno. No setor de triagem (atendimento inicial), apenas dois funcionários estavam presente no horário da tarde -o normal são seis.
A reportagem esteve no local às 15h, quando diariamente cem pessoas esperam atendimento. Ontem, eram cinco -estes se consideravam sortudos. "Acho que vai ser rápido", disse a estudante Uzeni Medeiros, 22. "Já cheguei a ficar cinco horas esperando aqui. Hoje, devo ir embora em meia hora."


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