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Secretaria libera ala na prisão de Araraquara
DA FOLHA RIBEIRÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais um pavilhão foi liberado ontem pela Secretaria da
Administração Penitenciária
para amenizar a superlotação
no Anexo de Detenção Provisória de Araraquara.
Por 20 dias, os cerca de 1.400
presos da unidade ficaram
aglomerados em um único pavilhão, com capacidade para
apenas 160 pessoas. Agora, dos
quatro pavilhões, três estão
ocupados por eles. Forçar o Estado a melhorar a situação dos
detentos confinados em Araraquara foi uma das motivações
dos ataques feitos pelo PCC.
A medida, porém, só vai amenizar o problema da aglomeração. As portas continuarão lacradas e a comida vai continuar
chegando pelo teto. Os detentos continuam sem colchões, e
a unidade, sem energia elétrica.
O secretário da Administração Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto, informou ontem à
Justiça de São Paulo a abertura
de mais pavilhões aos presos.
Pinto foi intimado a prestar
informações pela Corregedoria
Geral do Tribunal de Justiça do
Estado depois que a Defensoria
Pública do Estado de São Paulo
ingressou com recurso no órgão para a transferência imediata de todos os presos para
outros presídios.
Segundo nota distribuída ontem à noite pelo tribunal, a corregedoria concluiu "ser impossível fazê-lo em ritmo superior
ao em andamento (da ordem de
cem presos por semana)." Ou
seja, o órgão decidiu não obrigar a secretaria a acelerar as
transferências.
"O corregedor-geral de Justiça, desembargador Gilberto
Passos de Freitas, determinou
que a SAP envie semanalmente
à corregedoria uma relação
com os nomes dos detentos
transferidos", diz ainda a nota.
Pinto disse à Justiça que os
detentos estão recebendo "alimentação, vestuário, e atendimento médico e odontológico.
O desembargador Passos de
Freitas incumbiu o juiz-corregedor da Vara de Execuções
Criminais da cidade, José Roberto Liberal, de acompanhar a
"efetivação das medidas informadas", diz por fim a nota.
Liberal não conversou com
os presos durante a rebelião
que destruiu a unidade, dizendo que não tinha a incumbência de conter o motim.
O juiz também afirmou, em
entrevista à Folha, ter avisado
o governo sobre a situação do
presídio, sem que houvesse
providências.
Sem visitas
Neste final de semana, como
protesto contra os ataques a
policiais e carcereiros nos últimos dias, as visitas a presos do
Centro de Detenção Provisória
de Ribeirão Preto serão barradas pelos agentes.
(MARIA FERNANDA RIBEIRO E FABIANE LEITE)
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