IRINEU MACHADO
da Agência Folha, em São Luís

O policial civil José Mendonça dos Santos foi encontrado morto anteontem à noite em um carro em São Luís (MA), com um revólver na mão e um tiro no ouvido direito. Ele iria depor hoje à polícia como um dos suspeitos da chacina dos quatro acusados do assassinato do delegado Stênio Mendonça. Foi a sexta morte no caso em menos de dois meses.
A primeira hipótese da polícia para a morte de Santos foi "queima de arquivo", mas a delegada Dayse Aparecida, que preside o inquérito sobre a chacina, disse ontem acreditar que ele tenha se suicidado. A perícia do Instituto Médico Legal apontou restos de pólvora em suas mãos.
No último sábado, a polícia revelou que Santos e outros três policiais de Santa Inês (MA) eram os principais suspeitos da chacina do chamado "bando do Bel".
Santos morreu no banco traseiro de um carro Fiesta, que era dirigido por outro dos policiais suspeitos pela chacina. O crime ocorreu em frente a casa de mais um dos suspeitos, no bairro do Anil (periferia de São Luís).
Humberto Gomes de Oliveira, o "Bel", era um "agenciador de pistoleiros", segundo a polícia, acusado de participação no assassinato do delegado Stênio Mendonça, morto a tiros em uma praia de São Luís em maio.
No último dia 3, por determinação judicial, "Bel" e outros três homens presos sob a mesma acusação, haviam sido levados por policiais ao município de Santa Luzia. Na volta para São Luís, os quatro foram mortos a tiros em Santa Inês.
As investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil localizaram três testemunhas que teriam presenciado a chacina. Elas apontaram como autores quatro policiais de Santa Inês, que estavam em um Santana.



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