São Paulo, quarta-feira, 15 de agosto de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PANORÂMICA

SAÚDE

Elevadores quebrados atrasam 19 cirurgias em hospital no centro de SP
O Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, na Bela Vista (região central de São Paulo), atrasou ontem 19 cirurgias porque os três elevadores do local ficaram parados por falta de manutenção desde o início da manhã até o fim da tarde, quando foram consertados.
As crianças estavam sendo levadas no colo até o centro cirúrgico, que fica no quinto andar.
O contrato entre a prefeitura e a Atlas Schindler, empresa responsável pela manutenção dos elevadores, está pronto desde abril, mas não foi assinado.
O ajudante de caminhão Pedro Neto da Silva e a dona-de-casa Rosângela da Silva tiveram de levar o filho Laércio, de um ano e cinco meses, até o centro cirúrgico. A operação estava marcada para as 8h e só foi realizada após as 10h. " É um absurdo ter de subir e descer cinco andares a pé", disse Rosângela.
Além das operações agendadas previamente, o hospital também faz cirurgias de urgência. Segundo o diretor Antônio Carlos Madeira, a prioridade foi dada às crianças menores em razão da dificuldade de transportá-las pelas escadas. "Apenas duas cirurgias foram canceladas, mas não por causa dos elevadores. As crianças amanheceram gripadas e não puderam fazer as operações, que serão remarcadas", disse Madeira.
Segundo ele, a prefeitura assumiu o hospital em junho, com a municipalização da saúde e com o fim do PAS (Plano de Atendimento à Saúde), quando ele também passou a ser diretor da instituição. "O prédio está muito deteriorado e não passa por manutenção há seis anos", disse o diretor. Madeira afirma ainda que há problemas na rede elétrica e hidráulica, com vazamentos espalhados pelo prédio.
Com a transição do sistema de cooperativas do PAS para a municipalização, vários hospitais estão sofrendo com falta de médicos, equipamentos, funcionários e manutenção.
Segundo o diretor do hospital, um dos elevadores quebrou em junho. O segundo foi danificado anteontem à tarde e o terceiro parou de funcionar ontem de manhã. "A Atlas veio até aqui e desligou os elevadores. Eles não fazem o conserto porque a negociação com a prefeitura não sai e eles não são pagos", afirma.
O hospital tem sete andares e atende diariamente cerca de 500 crianças de 0 a 12 anos.
Um funcionário da Atlas Schindler, que não quis se identificar, confirmou que uma equipe foi ao hospital na tarde de ontem para consertar os elevadores. A direção da empresa não foi localizada. (DO "AGORA")



Texto Anterior: Aumento de crimes vetará repasse de verba da segurança para Estados
Próximo Texto: Intolerância: Skinhead é condenado a 3 anos de prisão
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.