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Prefeitura do Rio funciona em imóvel irregular desde 82
Centro Administrativo São Sebastião não tem habite-se, documento emitido pelo município que permite a ocupação
Município diz que pediu vistoria do imóvel em 2005; Corpo de Bombeiros, responsável pela inspeção, não falou sobre o assunto
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Em busca de prédios irregulares para demolir nas ações de
Choque de Ordem, o prefeito
do Rio, Eduardo Paes (PMDB),
soube seis meses depois da posse que trabalha num imóvel em
situação irregular.
Usado desde 1982 como sede
da prefeitura, o Centro Administrativo São Sebastião não
tem habite-se, emitido pelo
próprio município e que permite a ocupação de um imóvel.
Segundo o Instituto de Previdência e Assistência do Município do Rio (Previ-Rio), responsável pelos dois edifícios que
compõem o centro desde 1997,
o documento ainda não foi emitido porque aguarda vistoria
dos bombeiros. A solicitação ao
órgão estadual foi feita, segundo o município, em 2005.
A irregularidade no imóvel
foi divulgada pela vereadora
Clarissa Garotinho (PMDB),
presidente da comissão de
acompanhamento do Choque
de Ordem. Ela já fez um pedido
de informações à prefeitura.
"Essa situação pode gerar insegurança para os funcionários
da própria prefeitura, já que ela
não foi ainda fiscalizada pelos
bombeiros", disse a vereadora.
Corpo de Bombeiros
Em resposta encaminhada
ao gabinete de Garotinho, o
Previ-Rio afirmou que "para
obter o habite-se e posterior registro do imóvel, é necessária a
aprovação pelo Corpo de Bombeiros do RJ das instalações
destinadas ao combate a incêndio, visto que o bloco 1 foi construído antes da legislação vigente". Procurado pela reportagem, o Corpo de Bombeiros
não se manifestou até a conclusão desta edição.
Desde o início do ano, a prefeitura já demoliu 47 "grandes
construções" em razão de irregularidades. Mas, de acordo
com as secretarias de Urbanismo e de Ordem Pública, nenhuma por falta de habite-se.
"A prefeitura só determina e
executa a demolição das obras
irregulares que não são passíveis de legalização. A maioria
dessas edificações se encontravam em área destinada a logradouro público e faixa marginal
de proteção. O Centro Administrativo São Sebastião foi
construído observando a legislação vigente, sendo passível de
legalização", disse a Secretaria
de Urbanismo em nota.
Na avaliação do presidente
do Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura
e Agronomia), Agostinho Guerreiro, trata-se de um "erro pouco grave". "O habite-se é a legalização na base de dados da prefeitura para a cobrança de impostos. Como a prefeitura não
cobra imposto dela mesma, é
um erro pouco grave."
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